São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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Vítimas de acidentes mudam de comportamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Para muitos jovens, a mudança de comportamento no trânsito só vem depois de uma experiência traumática.
Foi assim com o estudante de turismo Renato Suzana Oliveira, 21. Em novembro de 1999, quando tinha 18 anos e apenas quatro meses de carteira de habilitação, Renato foi a um churrasco com seus amigos. Por volta das 21h, ele resolveu voltar para casa. "Tinha bebido legal e, na volta, estava andando bem rápido pela avenida Dr. Ricardo Jafet, quando perdi o controle do carro e bati em um poste. Não sei como sobrevivi", diz.
Em decorrência do acidente, Ricardo quebrou os dentes, quase perdeu a mão esquerda e machucou o joelho. "Fiquei uns dois meses muito mal. Quando voltei a dirigir, tinha medo", conta.
Hoje Renato leva uma vida normal. "Quando eu saio, eu bebo, não vou mentir. Mas, se vejo que estou muito mal, deixo o carro para lá, "desencano". A maior lição do meu acidente é que álcool e direção não combinam", afirma.
Com o artista plástico Fernando (nome fictício), 26, aconteceu uma história semelhante. "Há dois anos, quando tinha 24, estava numa fase ruim. Fui para uma balada e bebi muito. Quando peguei o carro, de madrugada, sabia que estava mal, mas queria testar os meus limites."
Fernando pegou a avenida Pompéia em alta velocidade. "Vi que o sinal estava vermelho e que havia um carro atravessando a rua. Mesmo assim, continuei acelerando e bati. Só não me machuquei muito porque sabia que iria bater."
No outro carro, estavam um homem e três mulheres, que não se feriram.
Depois do acidente, Fernando não comprou outro carro. "Não fiquei com trauma de dirigir, mas hoje estou bem mais responsável." (GW)


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