São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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A estrela de cinema e seus garotos com guitarras

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Junho, 1989. Sai nas bancas dos EUA a edição da revista "Rolling Stone" que traz uma entrevista com Winona Ryder, atriz de 17 anos que é apontada como revelação do ano por causa de seu papel no filme cult "Heathers".
Lá pelas tantas, a atriz dispara: "Ídolo? Se existe alguém que represente muito para mim, esse alguém é Paul Westerberg, líder da banda Replacements. É o homem que eu quero conhecer."
Westerberg capta a mensagem. Um mês depois, ele convida a moça para ver um show. Os dois somem por uma semana.

Verão, 1991. O ator Johnny Depp está pensando em reativar sua banda. Afinal, durante um tempo ele ficou na dúvida entre ser ator ou músico de rock. Agora, com prestígio em Hollywood, acha que poderia tocar de vez quando, arriscar uma gravação.
Sua namorada, Winona Ryder, dá a maior força. Sugere a Depp que ele monte um estúdio em sua casa, em Los Angeles. Ele aceita o conselho, forma o grupo P, ao lado do vocalista Gibby Haynes (do Butthole Surfers), e começa a montar o estúdio.

Abril, 1993. Separada de Johnny Depp, Winona resolve morar por uns tempos em Nova York. Ela nunca foi uma grande fã da cidade, mas encontra ali uma companhia constante: Jakob Dylan, filho da lenda Bob Dylan e líder de uma banda praticamente desconhecida, Wallflowers.
O romance dura pouco tempo. Winona parte para Portugal, onde roda o filme "A Casa dos Espíritos", e Dylan toca sua carreira. Alguns anos depois, o segundo álbum do Wallflowers venderia seis milhões de cópias.

Junho, 1993. Durante uma semana de folga nos EUA, Winona acompanha com uma amiga a gravação do "Acústico MTV" com a banda Soul Asylum. De volta a Portugal, o CD mais recente da banda, "Grave Dancers Union", passa a rodar sem parar no discman da atriz.

Outubro, 1993. Em Los Angeles, Winona acaba descobrindo que o Soul Asylum está na cidade, gravando um videoclipe. Ela descola o telefone do hotel no qual está hospedado o vocalista e guitarrista da banda, Dave Pirner.
Na cara dura, Winona liga para o sujeito e o convida para ir até a casa dela, para conversar e comer uma pizza. Ele aceita. Antes, deve ter beliscado o próprio braço para verificar se não estava sonhando.

Julho, 1997. David Grohl, ex-batera do Nirvana e líder do Foo Fighters, está vivendo um inferno astral. Enfrenta problemas com a gravadora e ainda não absorveu bem o final de seu casamento.
Em Vancouver, Canadá, onde montou um apartamento, sai com poucos amigos. Entre eles, Winona Ryder, que ele conhece desde os tempos do Nirvana. A garota entende como Grohl está se sentindo. Afinal, ela precisou de força para superar a separação de Dave Pirner, depois de três anos morando juntos.
O ombro amigo vira namoro, mas dura só dois meses. Grohl larga a atriz e volta para a mulher.

Março, 1998. Cansada de rebater fofocas dos jornalecos de Hollywood, que a colocam em supostos romances com Matt Damon, Ben Affleck e outros jovens atores badalados do momento, Winona Ryder assume seu romance com Stephan Jenkins, líder e vocalista da banda Third Eye Blind, de San Francisco.

O breve dossiê acima tenta mostrar um dos motivos que levaram Winona Ryder a ser eleita pelas leitoras da "Sassy", a revista mais esperta das garotas americanas, a personalidade com "mais atitude" no cenário pop. Famosa, Winona dá liberdade à própria libido e escancara sua preferência por garotos com guitarras.
Na década passada, a modelo Pamela des Barres lançou o livro "I'm with the Band" ("eu estou com a banda"). Nele, narra suas aventuras de duas décadas como "groupie", ou seja, tiete de rock. Apesar de divertidas, as memórias são carregadas de episódios que mostram o preconceito de muita gente que a tratava mal.
Com seu prestígio no cinema, Winona Ryder dá um basta na hipocrisia sexista do rock.


Excepcionalmente, Álvaro Pereira Júnior não escreve hoje a coluna "Escuta Aqui"




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