DA REPORTAGEM LOCAL

Os campeões do Rally dos Sertões, realizado de 1º a 10 de julho, foram Guilherme Spinelli, 31, Marcelo Vívolo (navegador), 21, Jean Azevedo, 30, e André Azevedo, 45, nas categorias carros, motos e caminhões, respectivamente. Mas centenas de jovens do sertão também acabam de conquistar uma importante vitória: saber para que serve um computador. Um projeto de inclusão digital, que acompanhou o percurso do rally, foi feito em um ônibus da empresa ConectBus, equipado com nove terminais conectados à internet via satélite, além de scanners e impressoras. Ele chegou a Brasília na semana passada.
Na ida, o ônibus funcionou como sala de imprensa para os jornalistas que cobriam o evento. Além disso, em sete cidades do caminho, os educadores do projeto passaram em escolas de comunidades carentes, distribuindo um roteiro para uma pesquisa. Na volta, o ônibus parou nas mesmas cidades (veja mapa), onde os estudantes puderam colocar na internet o estudo sobre suas comunidades e as suas páginas pessoais.
O resultado pode ser visto no portal Aprende Brasil (www.aprendebra sil.com.br), clicando em "SCD no Rally dos Sertões". Lá, há um diário de bordo da aventura, além de link para as páginas dos meninos (em "Biblioteca Viva") e para as suas pesquisas (clicando nas cidades).
"Nós queríamos tanto ver nossos trabalhos publicados que não desistimos e, graças a Deus, conseguimos. Esse projeto nos ensinou a não desistir", disse Helisa Rodrigues de Carvalho, 16, de Aruanã (GO).
"Estou me apresentando para o mundo com minha página pessoal, e as pessoas podem conhecer melhor a minha cultura", afirmou o jovem índio Marinho Uacha Uramani, 17, também de Aruanã.
"Deixei até de ir para o serviço para vir para cá, eles me liberaram", contou Maiara do Socorro Leal Paiva, 16, de Marabá (PA).
"Foi um dos dias mais interessantes de minha vida", resumiu Naiula do Nascimento Lima, 17, de Fortaleza (CE).
Ao todo, 210 estudantes participaram do projeto de pesquisa, mas milhares de jovens das cidades por onde o ônibus passou também puderam ter contato com os computadores, pois, em determinados momentos, ele era aberto para a comunidade.
De acordo com Luana Priscila Wünsch, 24, pedagoga da Positivo Informática, a idéia é dar continuidade ao projeto, feito em parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). "A gente não quer deixar esses jovens à mercê do nada, agora que eles já sabem como usar o computador." (ALESSANDRA KORMANN)


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