São Paulo, segunda, 10 de março de 1997.

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a maior da semana Entenda a CPI dos precatórios

SILVANA QUAGLIO
da Reportagem Local

Pouco depois de Celso Pitta assumir a prefeitura de São Paulo, no dia 1/1/97, começavam a chegar por aqui as suspeitas de maracutaias que estão sendo investigadas em Brasília desde dezembro de 96.
Os senadores montaram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a compra e a venda de títulos emitidos por Estados e municípios. Título é como um documento que representa dinheiro. Os governos põe os títulos à venda para conseguir dinheiro. Gente do mercado financeiro costuma comprar e vendê-los para ganhar algum em cima também.
Pitta era secretário das Finanças de São Paulo quando o município estava com o caixa baixo e precisava de dinheiro com urgência. São Paulo não tinha muitas alternativas para conseguir a grana, já que Estados e municípios estão praticamente proibidos de vender títulos. A única exceção é para pagar tipos específicos de dívidas, como desapropriação de terrenos. Tal dívida é chamada de precatório.
São Paulo vendeu muitos títulos para pagar precatórios. Na última venda conseguiu mais de R$ 600 milhões. Mas o Senado começou a desconfiar da dinheirama que prefeituras e Estados estavam levantando na venda de títulos. Resolveram abrir a CPI para investigar se o dinheiro ganho servia mesmo para pagar desapropriações.
Ainda não há conclusões, mas a CPI já descobriu um tremendo esquema na venda dos títulos, que pode ter feito muitos apostadores do mercado ganhar dinheiro de forma irregular.

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