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Balada é pagamento
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para ser um agente, não
há um perfil definido, mas
algumas características
em comum. Jovens de 15 a
24 anos são escolhidos em
razão do estilo ou do comportamento que mais se
aproxima da marca trabalhada, e muitos são indicados por quem está dentro.
As formas mais freqüentes de recrutamento ainda
são nas escolas e universidades, via cartazes, centros acadêmicos ou mesmo em contato com a administração das instituições e por sites de relacionamento. Na maioria das
vezes, os trabalhos não são
remunerados em dinheiro, mas com brindes, produtos em primeira mão e a
oportunidade de participar de eventos e de festas.
"É importante que eles
criem um envolvimento
com o projeto em razão do
próprio interesse na marca ou na cena que ela está
inserida. Se fossem pagos,
seriam simples promotores", diz Alfredo Motta,
diretor da agência Na
Mosca, uma das que realizam esse trabalho.
O estudante de publicidade Marcelo Fávery, 23, é
um deles. Antenado em videogame e eletrônicos, ele
usa o seu blog para disseminar e trocar informação
sobre lançamentos em comunidades virtuais. Recebe em primeira mão jogos
e softwares de uma empresa para testar, além de
ingressos para feiras e
convites para seminários.
"Novidades são caras, e
para mim é bem interessante ter acesso a isso. O
mais legal é fazer o que eu
gosto e ficar sabendo tudo
antes dos outros. O que escrevo no meu blog, os outros repetem", diz.
Segundo os jovens ouvidos, as tarefas não são impostas ou interferem na
rotina de estudos ou de um
estágio. No caso dos menores de idade, são chamados apenas aqueles que obtêm autorização dos pais.
Ao mesmo tempo em
que se dedicava ao centro
acadêmico e a uma pesquisa de iniciação científica, o
estudante de engenharia
da Politécnica da USP
Paulo Lyra, 21, também
ajudava a mapear festas
que iriam acontecer antes
mesmo que fossem divulgadas, para uma marca de
cerveja. Com isso, tinha
acesso a eventos da marca,
além de entrada em baladas e brindes. "Faço muitos contatos dentro e fora
da universidade, exercito
minha comunicação e já
ganhei muita coisa. Mas,
se não gosto do produto ou
da marca, não pego para
trabalhar", explica.
(RG)
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