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Especialistas criticam excesso de consumismo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O recrutamento de jovens
por agências de marketing para
atuar como agentes de relacionamento das marcas dividiu a
opinião de especialistas ouvidos pelo Folhateen.
Para o educador e doutor em
psicologia escolar Julio Groppa
Aquino, trata-se de um assédio
imoral. "Em vez de os jovens
aprenderem a se defender do
consumismo que está aí, os
transformamos em funcionários não-remunerados de barões corporativos que querem
expandir mais seus nichos
mercadológicos", critica. O
maior risco, segundo ele, é de
que esses jovens se tornem
consumidores compulsivos.
Em opinião diversa, a psicóloga Mônica Chemin, que lida
com adolescentes há mais de
20 anos, acredita que essas experiências podem trazer ganho
de informação e maior possibilidade de escolha pelos jovens.
"Todo mundo precisa de coisas. O consumismo existe
quando ficamos escravos de
modismos ou compramos sem
nos questionarmos se gostamos, como vamos usar ou
quantos precisamos ter. Ao
apontar o que é bom e o que deve ser melhorado, eles exercitam essa consciência e uma
forma de expressão. E, se há repercussão, é porque estão sendo ouvidos", diz a psicóloga.
A pedagoga e diretora do
Gens Consultoria em Educomunicação, Grácia Lopes Lima,
concorda que é possível obter
aprendizagem se houver reflexão. "Os jovens não são vítimas, mas um segmento da
atual sociedade de consumo.
Eles podem tirar proveito disso, até para entender como se
desenham as novas relações de
trabalho e o rumo dessa sociedade, se não ficaram deslumbrados, mas se refletirem."
(RG)
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