São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2008

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Especialistas criticam excesso de consumismo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O recrutamento de jovens por agências de marketing para atuar como agentes de relacionamento das marcas dividiu a opinião de especialistas ouvidos pelo Folhateen.
Para o educador e doutor em psicologia escolar Julio Groppa Aquino, trata-se de um assédio imoral. "Em vez de os jovens aprenderem a se defender do consumismo que está aí, os transformamos em funcionários não-remunerados de barões corporativos que querem expandir mais seus nichos mercadológicos", critica. O maior risco, segundo ele, é de que esses jovens se tornem consumidores compulsivos.
Em opinião diversa, a psicóloga Mônica Chemin, que lida com adolescentes há mais de 20 anos, acredita que essas experiências podem trazer ganho de informação e maior possibilidade de escolha pelos jovens.
"Todo mundo precisa de coisas. O consumismo existe quando ficamos escravos de modismos ou compramos sem nos questionarmos se gostamos, como vamos usar ou quantos precisamos ter. Ao apontar o que é bom e o que deve ser melhorado, eles exercitam essa consciência e uma forma de expressão. E, se há repercussão, é porque estão sendo ouvidos", diz a psicóloga.
A pedagoga e diretora do Gens Consultoria em Educomunicação, Grácia Lopes Lima, concorda que é possível obter aprendizagem se houver reflexão. "Os jovens não são vítimas, mas um segmento da atual sociedade de consumo. Eles podem tirar proveito disso, até para entender como se desenham as novas relações de trabalho e o rumo dessa sociedade, se não ficaram deslumbrados, mas se refletirem." (RG)


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