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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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02 NEURÔNIO

Já que é época de revival...Libere o mosh!!!

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO

CULUNISTA DA FOLHA

Este é um momento de revival. Revival de bandas dos anos 80, revival de camisetas de bandas dos anos 90, de tênis All Star quadriculado e de cores cítricas. Queremos aproveitar esse momento para lançar o movimento "Libere o mosh".
Mosh, para quem não lembra (ou não sabe), era prática normal em shows de rock nos anos 80 e continua existindo em shows undergrounds de hoje em dia. É assim:
1. A pessoa sobe no palco e fica incitando a platéia com os braços.
2. Daí ela se joga do palco.
3. Se der sorte, nos braços da multidão.
Existem basicamente dois tipos de pulos do mosh:
1. O de frente, estilo mergulho.
2. O de costas.
Mas o essencial para um bom mosh é a pessoa acreditar que vai ser segurada. Senão, minhas filhas, ela vai simplesmente se estabacar. E pode até morrer.
No Brasil, o precursor do mosh foi o Tony Tornado. Mas ele caiu em cima de uma passante e ficou com trauma para o resto da vida. Por isso, em alguns shows, os organizadores querem coibir a prática desse esporte radical. E o público fica clamando por sua liberação, gritando o nosso slogan preferido do momento: "Libere o mosh!".
A gente não tem coragem de dar mosh de verdade. A Jô deu um, mas foi de uma poltrona de 50 cm. A Raq já entrou numas de realmente dar um em um show de hardcore. Mas foi impedida por amigos preocupados.
Na verdade, somos a favor do mosh metafórico. É isso o que vimos propor aqui! "Liberar o mosh" significa se jogar nas coisas. Contanto que segurem você embaixo e que você, além de não se machucar, ainda se sinta muito bem e corajosa.
É claro que, para dar um mosh, é preciso tomar alguns cuidados.
Se for para se jogar em cima daquele cara medroso que vai sair de perto quando sentir você caindo, com medo de se machucar (e obrigatoriamente vai fazer você se machucar), não dê o mosh. Se o cara for fraco demais (metaforicamente), o mosh também não é indicado, pois ele pode conseguir não segurar a sua onda e achar que você é, digamos, um peso na vida dele. E não estamos falando em quilos.
Mas, nos outros casos, o mosh está liberado. Achamos que as pessoas devem pensar menos e fazer mais. O que você sente na hora em que está caindo é sensacional. Mas, quando alguém segura você, é melhor ainda. E, para as meninas, ainda tem uma vantagem extra: quando seu corpo estiver sendo levado pela multidão, é bem capaz que alguém tire uma casquinha e passe a mão em você!
Também estão liberados os moshs profissionais, residenciais, existenciais e visuais.

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