São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 2000


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Garota descolou casamento na web

free-lance para a Folha

Nem só de vício vivem os internautas. Além de ferramenta de estudo e de trabalho mais do que necessária, a Internet também pode ser responsável por histórias de amor e de amizade para lá de saudáveis.
Andréa (nome fictício), 23, defensora dos benefícios que a rede pode proporcionar, conheceu, pelo ICQ, o amor de sua vida, um mexicano de 33 anos.
Depois de seis meses de amizade virtual, o rapaz se declarou e ela não resistiu. Foi a Cancún, cidade turística mexicana, encontrá-lo, ou melhor, conhecê-lo, e a paixão pulou do mundo virtual para o real.
Hoje ela diz que "pretendem ficar juntos, de vez, o mais rápido possível".
Andréa conta que um relacionamento virtual não é muito diferente do normal. Pelo menos no que diz respeito à convivência. "Você só vai conhecer mesmo a pessoa com quem namora depois que dividirem o mesmo teto", acredita.
Além de unir corações de qualquer parte do mundo, para Andréa a Internet também funciona como instrumento de aprendizado de outras culturas e idiomas. "Eu aprendo muito sobre a cultura dos meus amigos de ICQ, além de treinar outros idiomas", diz Andréa, que fala inglês, espanhol e francês.
Ela não acredita que seja mais fácil ser enganado no mundo virtual. E afirma que não tem o menor medo de conhecer pessoas pela Internet.
"A linguagem escrita, como única forma de expressão, acaba denunciando os mentirosos. A pessoa que é enganada na Internet é a mesma que é enganada num bar. Esse tipo de coisa só acontece se você deixar", diz.
Outra internauta defensora das amizades virtuais é a apresentadora do programa "Clube das Mulheres", da rádio Brasil 2000 FM, de São Paulo, Fabiana Ferraz, 26.
A locutora diz que já conheceu alguns amigos virtuais pessoalmente e que a amizade se fortaleceu depois de conversarem pela Internet. Viciada em ICQ, diz que já deixou de sair algumas vezes porque o papo no chat estava bom.
"Às vezes, chego em casa da balada às três da manhã e ligo o computador para ver se tem alguém on line, ou se recebi algum e-mail", conta.
Apesar de perder um pouco a noção do tempo quando está conectada à rede, Fabiana diz ter uma relação saudável com a Internet.
A psicóloga e web designer Márcia Homem de Mello diz que é importante observar que as relações virtuais reproduzem, de várias maneiras, os sentimentos reais.
"A Internet é um mundo com conflitos, frustrações, solidão, ciúme, amor, verdades e mentiras", diz. "Lá podem rolar as mesmas emoções do dia-a-dia. Afinal, são seres humanos que estão por trás das máquinas", avalia. (LM)


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