São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

escuta aqui
As 50 piores músicas de todos os tempos

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Colunista da Folha

Chegou o grande dia. Atendendo a centenas de pedidos, "Escuta Aqui" elege hoje as 50 piores músicas de todos os tempos. Embora a relação seja bastante eclética, todas as eleitas têm um traço comum: são papel de parede musical, som para elevador, aquela coisa que você escuta enquanto faz coisa melhor.
Daqui dos EUA, tenho alguma dificuldade para pesquisar os nomes exatos das canções e de seus autores. Peço desculpas antecipadas por eventuais imprecisões, mas espero que o espírito da compilação seja entendido.
Agradeço às dezenas de sugestões enviadas por ouvintes do programa "Garagem", da Brasil 2000 FM, de São Paulo, e pela brava equipe do extracool "Notícias Populares".
A seleção final é de inteira responsabilidade deste colunista. A relação começa pela mais horrenda e desce até a "menos pior". Vamos lá.

1) "Punk da Periferia", Gilberto Gil. Com o habitual atraso, Gil descobriu que havia um movimento punk em São Paulo. Com o habitual oportunismo, tentou tirar uma casquinha. Com a habitual inépcia, almejou fazer um som pesado.
2) "Lua e Estrela", Vinícius Cantuária. Nada resume tão bem tudo o que existe de errado na MPB como este verdadeiro hino à indolência.
3) "Tom Sawyer", Rush. Talvez músicos entendam esse tipo de som. Para o restante da humanidade, é chato demais.
4) "Dreamer", Supertramp. Existe algo pior que rock progressivo: é a diluição do rock progressivo.
5) "O Pato", João Gilberto. Animal.
6) "Sultans of Swing", Dire Straits. A versão ao vivo é abaixo de qualquer crítica.
7) "Ideologia", Cazuza. "Protesto", "som visceral". OK, então.
8) "Babe", Styx. "Babe, I love youuuuu."
9) "O Mundo Melhor de Pixinguinha", Evaldo Gouveia e Jair Amorim. O pagode meloso nasceu com este samba-enredo da Portela.
10) "Eduardo e Mônica", Legião Urbana. O fato de esta ser uma favorita em centros acadêmicos diz muito sobre a qualidade do ensino superior.
11) "Owner of a Lonely Heart", Yes. Mais meloso, impossível.
12) "Infinita Highway", Engenheiros do Hawaii. Difícil escolher uma, mas foi aqui que tudo começou.
13) "O Bêbado e o Equilibrista", João Bosco e Aldir Blanc. Populismo choroso de esquerda.
14) "Banho de Espuma", Rita Lee. Rock sem alma.
15) "Leãozinho", Caetano Veloso. Derrota total.
16) "You Light Up My Life", Debby Boone. Overdose de açúcar.
17) "Coração de Estudante", Milton Nascimento. Nem transplante salva.
18) "Espanhola", Flávio Venturini. As espanholas não mereciam isso.
19) "Faroeste Caboclo", Legião Urbana. Só existem dezoito músicas piores que esta.
19) "Time", Alan Parsons Project. Obstrução na laringe.
20) "Sonífera Ilha", Titãs. É o máximo de peso que eles conseguem.
21) "O Que É, O Que É", Gonzaguinha. "Viver é não ter vergonha..."
22) "Logical Song", Supertramp. Supertramp é campeão.
23) "Faz Parte do Meu Show", Cazuza. Meio bossa nova.
24) "Soon", Yes. Melhor se fosse "late".
25) "De Volta pro Aconchego", Elba Ramalho. Fofura.
26) "Mel", Maria Bethânia. É aquela da abelha-rainha.
27) "Seduzir", Djavan. Ou melhor: afugentar.
28) "Tarde em Itapuã", Toquinho e Vinícius. Tropicalixo.
29) "Tears of the Dragon", Bruce Dickinson. Metal amolecido.
30) "Say You Say Me", Lionel Ritchie. Devia ser "just say no".
31) "I Write the Songs", Barry Manilow. Esse não é fraco, não.
32) "Cheia de Charme", Guilherme Arantes. Cheia de sono.
33) "Girl You Know It's True", Milli Vanilli. Ganharam o Grammy.
34) "Explode Coração", Gonzaguinha. Explodiu outras partes do corpo.
35) "Money for Nothing", Dire Straits. O nome diz tudo.
36) "When a Man Loves a Woman", Michael Bolton. Troféu de originalidade.
37) "Grito de Alerta", Gonzaguinha. Dá vontade de berrar.
38) "Canção da América", Milton Nascimento. "Amigo é coisa pra esquecer..."
39) "Smooth Operator", Sade. Para publicitários.
40) "Polícia", Titãs. Tipo "revolta".
41) "Vida de Gado", Zé Ramalho. Só para quem faz parte da massa.
42) "Casa no Campo", Zé Rodrix. Rock rural... é mole?
43) "Fast Car", Tracy Chapman. Meio devagar.
44) "Rancho da Goiabada", João Bosco e Aldir Blanc. Realismo socialista.
45) "You Are What You Is", Frank Zappa. O americano mais mala da história.
46) "O Papa É Pop", Engenheiros do Hawaii. Unanimidade.
47) "I Will Always Love You", Whitney Houston. Precisa mesmo de um guarda-costas.
48) "Wonderous Stories", Yes. Mais uma desses caras.
49) "Sunshine on My Shoulders", John Denver. Tempestade sonora.
50) "Começar de Novo", Ivan Lins. Quem se arrisca a fazer outra lista?


Álvaro Pereira Júnior, 36, é jornalista e mora em San Francisco. E-mail: cby2k@uol.com.br


Texto Anterior: Som: Engorde sua listinha de compras
Próximo Texto: Radical: Alpinista de 17 conquistou o Aconcágua
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.