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MARATONA DA MEIA
Para comprar, foi preciso atravessar a cidade
DA REPORTAGEM LOCAL
O difícil acesso ao local de venda do ingresso e o veto à meia-entrada para
estudantes de cursinhos fizeram da compra de ingressos para o show de Red Hot
Chili Peppers um perrengue.
Para chegar até o único posto de venda
para estudantes, distante cerca de 20 km
do local do show, valia apelar para pais
motorizados, aventurar-se em trens urbanos ou caçar os ônibus certos. "É um
absurdo. Se o ingresso é para estudantes,
deveria ser vendido em locais de fácil
acesso. Assim, fica incoerente", reclama
Silvia Bourroul, 45, que levou o filho Vitor, 15, ao local.
Para Rizzatto Nunes, 46, professor especialista em direito do consumidor, essa prática é ilegal segundo o Código de
Defesa do Consumidor. "Não é permitida a distinção de locais para a compra de
ingresso para estudantes e para outros
consumidores. É uma intenção declarada de impedir a venda da meia-entrada."
Irritada, Isabel Costa, 43, mãe de um
estudante, reclamava na fila, sob um sol
de 34C. "Além de ter de atravessar a cidade, você ainda tem de intuir que a casa
só aceita dinheiro porque esses detalhes
eles não avisam na extensa gravação que
nos obrigam a ouvir ao telefone quando
queremos informações", indigna-se.
Para os namorados Leandro Buck, 20,
e Kelly Lasnou, 19, o problema foi outro.
"Meus colegas de classe compraram suas
entradas aqui e, agora, a casa não quer
vender para a gente, alegando que estudante de curso pré-vestibular não tem
direito", conta Kelly. "Se é uma lei, deve
ser para todos os estudantes", reivindica.
Segundo o advogado do Idec, Marcos
Diegues, 43, essas são medidas abusivas.
"Há uma prática costumeira de criar empecilhos ao estudante."
Sônia Cristina Amaro, assistente de direção do Procon, diz que a lei limita o direito à meia-entrada a estudantes do ensino fundamental, médio e superior.
"Pela lei, aluno de curso pré-vestibular
não tem direito ao desconto."
(FM)
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