São Paulo, Segunda-feira, 19 de Abril de 1999
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CARTAS
Leitora repassa mensagem de amiga da Sérvia, a guerra no Leste Europeu deixa leitores indignados, mais Kiss, Yes e U2

Da Sérvia para São Paulo
"Este é o e-mail (de 9/4/99) de Danka, minha amiga da Sérvia, em resposta à mensagem que mandei.
"Cao Milena! O que está escrito no subject é a nova maneira de dizer oi, bomb (bomba) e day (dia) combinados. Nós temos de ser fortes. Orgulho e humor são tudo o que temos no momento.
Estou grata por você mandar minhas mensagens para amigos. Não gostaria que as pessoas pensassem que somos um país selvagem, num canto esquecido do mundo. Precisamos de toda a atenção da mídia porque nosso país é muito pequeno para lutar com a propaganda da CNN, Sky News etc.
Nós não estamos matando ninguém, não fazemos limpeza étnica, apenas tentamos proteger o país onde estão nossas raízes, nossa cultura e identidade nacional.
Sobre seu amigo da Croácia, que deixou de falar com você por causa do preconceito dos pais, é apenas um exemplo de como o nacionalismo pode ser uma coisa triste e terrível. Por que arruinar as boas amizades apenas por ter religião ou nacionalidade diferente? Nós não somos iguais para Deus?
Nós vivemos com croatas por um longo tempo. Depois, vieram a guerra e esse ódio horrível, que arruinou nosso país comum. O nacionalismo em nosso país é muito forte, mesmo que grande parte do povo não pense assim, tenho certeza. O que nos faz voltar, de novo, ao começo -à política. Mas essa é uma história já muito conhecida.
Puno pozdrava do sutra! Danka.'"
Milena Popovic (via e-mail)

A vez dos magricelas
"Já li neste caderno (e em tantos outros veículos de comunicação), nos últimos três anos, umas duas ou três reportagens sobre obesidade. Achei que foram ótimas, mas há um outro lado que também pode gerar uma matéria bem legal.
Que tal "Os magrelas", como eu, por exemplo: tenho 1,86 m e 60 kg. Já fiz de tudo para engordar uns quilinhos e não consigo. Garanto que existem outros tantos que têm a mesma vontade que eu."
Leandro Alves de Godoi, 19 (São Paulo, SP)

Falem sobre o U2
"Acho muito interessante este espaço que vocês dão aos jovens, por meio do Folhateen, num jornal tão importante como a Folha. Gosto do caderno por ter muito espaço para música, e eu sou apaixonada por música. Mas há muito tempo não vejo nenhuma reportagem com o U2, minha banda preferida. Por isso gostaria muito que vocês publicassem alguma coisa sobre o grupo. Por favor!!!"
Kathia Costa, 19 (São Paulo, SP)

Discos solo, Kiss e Yes
"Na edição de 12/4, na matéria sobre o Kiss, foi chamado de inédito o fato de os integrantes da banda ter lançado discos solo sem se separar do grupo, em 76. Mas os músicos do Yes lançaram discos solo, sem interromper a trajetória da banda, a saber: Jon Anderson ("Olias of Sunhillow'), de 76, Chris Squire ("Fish Out of Water'), de 75, Steve Howe ("Beginnings'), de 75, e Alan White ("Ramshackled'), de 76. Sem falar em Rick Wakeman, que já tinha carreira solo na época. Todos tocam em "Going For the One", do Yes, de 77."
Fabio do Amaral (Guarulhos, São Paulo)
resposta O Folhateen se enganou, e você está correto. O diferencial do Kiss é que os quatro lançaram os discos solo simultaneamente.

Por que pagode?
"O que leva alguém a comprar um CD de pagode em vez de um do Jimi Hendrix, Raul Seixas, Louis Armstrong, B.B. King, Jonny Lang, Iron Maiden, The Police, Queen, Gilberto Gil, Led Zeppelin, Prince, Milton Nascimento, Stevie Wonder, Deep Purple, Luciano Pavarotti, Placido Domingo, Black Sabbath, David Bowie?"
Rogerio Santos Filho (Natal, RN)

Protesto contra a Otan
"Como a Otan pode falar sobre os direitos humanos se eles mesmos não dão o exemplo?!!!"
Rafael Horacio (Curitiba, PR)

Futuro e desilusão
"Os jovens de hoje serão o amanhã? Que expectativa de futuro o mundo nos proporciona para que lutemos por uma vida melhor? Desemprego, fome e guerra nos deixam revoltados e desiludidos.
Nós, jovens, não poupamos esforços para adquirir conhecimento e ter uma profissão. Daí, temos de conviver com a incerteza do amanhã por causa das "entrelinhas" do interesse político mundial.
De um lado, a produção "holiudiana" dirigida pelo Pentágono e escrita pelo "soldado universal" Clinton, chamada de Otan: a mãe do universo. O longa-metragem é exibido ao gosto dos olhos do povo americano. Se eles gostam das cenas de bombardeio, o governo acredita estar certo na tática de "salvação". (Pura hipocrisia!)
Enquanto o nosso brasileiro Milosevic vem praticando, indiretamente aos olhos daqueles que não convivem com a pobreza, há mais de quatro anos, um genocídio, com o saldo de vítimas maior que os da guerra do Vietnã, dos conflitos no Oriente Médio ou até mesmo do recente ataque à Iugoslávia.
O mais interessante é a impunidade dos que policiam para disfarçar suas transgressões humanitárias. Estarão pensando eles em ganhar quantos "Oscar'?"
José Alberto Goulart Filho, 22 (Uberaba, MG)

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