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MÚSICA
Pacote reúne os 13 álbuns iniciais dos Rolling Stones
O caminho das pedras
Divulgação
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Da esq. para dir., Bill Wyman, Brian Jones, Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts nos anos 60 |
GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL
S e você é mesmo teen, nunca presenciou o lançamento de um
bom disco dos Rolling Stones.
Mas tudo bem. Agora você já pode agradecer por ter nascido nos
anos 80 e ser adolescente bem na
época em que são relançados, em
edições remasterizadas, todos os
primeiros discos da banda até os
anos 70 -incluindo versões americana e britânica de um mesmo álbum, quando havia diferenças.
Como é muita coisa, o Folhateen
resolveu dar uma forcinha e mapear
esse pacotão.
Indiscutivelmente, o melhor é a
fornada final, que começa em 67 e
vai até 70. Vêm daí os primeiros
vôos psicodélicos, os mergulhos no
blues e no R&B e o rock mais ácido.
Apenas em 67, os Stones lançam
"Between the Buttons", "Flowers" e
"Their Satanic Majesties Request".
É um processo crescente de rendição à música lisérgica e é também a
fase mais pop dos Stones, em que a
sonoridade da banda mais se assemelha à dos arqui-rivais Beatles,
principalmente nos arranjos.
Os hits "Ruby Tuesday" e "Let's
Spend the Night Together", clássicos de "Flowers", recheiam a edição
americana de "Between the Buttons". Mas, se você só puder comprar um, vá mesmo de "Flowers",
que traz ainda as antológicas "Mother's Little Helper" e "Have You
Seen Your Mother Baby Standing in
the Shadow".
Chamado de o "Sgt. Pepper's" dos
Stones, "Their Satanic Majesties Request" é de outro mundo. A banda
pira no estúdio e faz um álbum três
em um: há um disco diferente em
cada canal e um terceiro quando
ouvido em estéreo. Muita cítara, sininhos e guitarras orientalizadas.
A ressaca da psicodelia marca o
brilhante e blueseiro "Beggars Banquet", que abre com a macumbeira
"Sympathy for the Devil", segue pelo blues triste de "No Expectations"
e atinge o ponto alto com a turbulenta "Street Fighting Man".
Em 69, morre o guitarrista Brian
Jones. No fim do ano, os Stones lançam "Let it Bleed", uma resposta
sarcástica ao "Let it Be", dos Beatles,
ainda com partes de guitarra tocadas por Jones, e outras, por Mick Jones. O disco é recheado de participações especiais (do guitarrista Ry
Cooder ao organista Al Kooper, que
tocava com Bob Dylan) e segue a
mesma toada blueseira, com a versão de "Love in Vain", de Robert
Johnson, e a épica "Midnight Rambler". A partir desse disco, Keith Richards começa a brincar com afinações e a flertar com o country, numa
viagem que ele aprofundará durante os anos 70. Não bastasse isso, o
"Let it Bleed" ainda emplaca os clássicos absolutos "Gimme Shelter" e
"You Can't Aways Get What You
Want".
Para finalizar, o ao vivo "Get Yer
Ya-Ya's Out" resume essa fase.
Uma segunda seleção do pacote
pode surgir dos discos que vão de 64
a 66. É a gênese dos Stones, o som
ideal para quem curte o rock'n'roll
de "Satisfaction" e de "Paint it
Black".
De cara, dá para deixar de molho
os três primeiros: "The Rolling Stones", "12x5" e "Rolling Stones
Now". Os discos são bons, mas são
dominados por versões de músicas
famosas, que vão do rock de Chuck
Berry ao soul de Otis Redding.
Tudo esquenta na edição americana de "Out of Our Heads", o disco
de "Satisfaction". Depois segue em
alta com "December's Children
(and Everybody's)" e "Aftermath",
que só traz "Paint it Black" na versão americana. No fim, o ao vivo
"Got Live If You Want To" retrata a
energia do período.
Mas, se você gosta mesmo é dos
hits, coletâneas não faltam nesse pacote. São seis, cada uma com a sua
particularidade. A mais completa é
a tripla "Singles Collection - The
London Years", e a mais estranha,
"Metamorphosis", de 75, com suas
raridades. Com certeza, uma delas
será a sua cara.
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