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Filme fica adulto junto com o bruxo
SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN
O
mais sombrio ou o menos infantil? O menos doce ou o
mais mágico? O menos romântico ou o mais sensual?
Desde que começou a esquentar a
bolsa de apostas que antecedem a estréia de qualquer filme da série
"Harry Potter" até agora, quando as
primeiras sessões para a imprensa
começaram a ser exibidas, essas afirmações dominam o noticiário produzido nos porões de Hogwarts.
Mas, afinal, como é "Harry Potter e
o Cálice de Fogo"? É possível dizer
que o filme tem um pouco de tudo o
que está acima. Mas suas características principais não são essas.
Em primeiro lugar, esse é o filme
em que a falta de originalidade da
história como um todo ressalta mais.
Pronto, você dirá, lá vem essa jornalista de trinta e poucos anos opinar
sobre aquilo que não entende. Você
pode até ter um pouco de razão, mas,
então, tente responder a algumas dúvidas minhas. Será que toda a atmosfera medieval onde o filme se desen-
rola não tinha aparecido antes em
"Guerra nas Estrelas" ou em "O Senhor dos Anéis"? E que a história de
"fibra moral" que faz de Harry Potter
o vencedor do Torneio Tribuxo já
não estava em "A Fantástica Fábrica
de Chocolates"? Ou que o universo
de magia já não hipnotizava crianças
e jovens em "A Caverna do Dragão"?
Além disso, convenhamos, não há
nada mais antigo e eficiente do que a
receita de amor de mãe para salvar a
gente na hora do sufoco, não é?
Ainda assim, "Harry Potter e o Cálice de Fogo" é um filme divertido,
que se aproveita do fato de todos já
terem intimidade com os alunos de
Hogwarts para explorar melhor as
emoções de cada personagem. A história amadurece sem perder na ação,
como o eletrizante embate entre
Harry e Valdemort ou as provas do
Torneio Tribuxo. E, se ainda assim
você está me achando ranzinza, confesso: também chorei com a morte de
Cedric, o leal colega de Harry.
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