São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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Game on

Jogos são para gente de todos os tamanhos

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de "GTA Vice City", as organizações reacionárias gritaram contra o videogame. Para quem não conhece, "GTA Vice City" é um dos jogos mais incorretos e legais de todos os tempos. O herói é um marginal disposto a se dar bem. Tráfico, prostituição, roubo de carros e assassinatos fazem parte da trama.
As ligas das senhoras ficaram ainda mais grisalhas e de cabelo em pé. O sonho americano estava ameaçado.
Mas as pesquisas da Entertainment Software Association em conjunto com a NPD Group (que monitora o mercado) apontam uma queda nos jogos que carregam o selo "Mature" (maduro -indicado para os maiores de 17 anos).
Em 2002, os jogos para pessoas mais maduras representaram 13,2% do mercado. Em 2003, o número caiu para 11,9%. A mesma pesquisa aponta que a idade média dos jogadores na terra de Bush Filho é de 29 anos.
É até estranho que, com essa idade média, jogos ditos mais maduros fiquem com quase 12% do bolo. Mais ainda: 70% dos 20 jogos mais vendidos levavam a classificação E ("everyone" ou para todos, em português) ou T (teen). Ufa, respira aliviada a Liga das Senhoras Americanas. Nem tanto assim...
A classificação de um game atende a vários preceitos estranhos. Por exemplo, linguagem chula pega muito mal. Guerra depende da quantidade de vísceras espalhadas. Se for só um tiro limpo na cabeça, sem muito sangue, tá liberado para a criançada. Assim se faz uma nação. Matando com muita educação.


Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br


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