São Paulo, segunda, 23 de fevereiro de 1998

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Comunidade atrai vizinhos

da Reportagem Local

O trabalho da associação, que no início aglutinava só os jovens moradores da favela, cresceu e acabou atraindo jovens de classe média que vivem em bairros vizinhos.
É o caso de Ana Estrella Libertad Rickli Vargas, 14. Filha de professores de inglês, ela passou a frequentar a favela Monte Azul há um ano. "Eu morava no Rio e nas férias vinha visitar meu pai, que dava aulas na associação. Assistia às peças de teatro na favela e acabei me envolvendo com o grupo", conta.
Ana Estrella já passou pelo grupo de teatro e pela oficina de reciclagem de móveis. Hoje está na de papel reciclado. Ganha cerca de R$ 180 por mês fazendo agendas, cadernos e papéis supertransados.
Assim como a maioria dos jovens da associação, ela frequenta uma escola pública -está na 8ª série- , mas diz que a sua verdadeira formação é fruto das experiências adquiridas nas atividades culturais da favela.
"Aqui a gente discute todos os assuntos. Falamos de história, da tropicália...Como é que eu vou achar graça naquelas aulas babacas da escola, em que só os professores falam?"



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