|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESCUTA AQUI
Ataque aos Beastie Boys
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
O
novo disco dos Beastie
Boys, "To the Five Boroughs", é "fraco e datado", na opinião de
ninguém menos que
Liam Howlett, líder do grupo inglês
de rock eletrônico barra pesada Prodigy.
Howlett ataca sem dó: "O álbum é
uma decepção, eles são ótimos nas
rimas, mas as batidas não são boas."
Foi numa entrevista para a revista
inglesa "Word" que Liam Howlett
soltou o verbo. Na conversa, ele
lembrou que, há alguns anos, recebeu uma ligação de um dos Beasties:
"Ele me telefonou para dizer que
nossa música "Smack My Bitch Up"
incitava à violência. Só que é o seguinte: eu não fico ligando para eles
para dizer que o novo disco é uma
porcaria, não é?"
Falando em "Word", atual publicação favorita de "Escuta Aqui", o
site não é grande coisa, mas vale dar
uma olhada só para entender a linha
editorial: www.wordmagazine.co.uk. Basicamente, os caras inventaram uma revista de música, cinema e literatura para caras mais velhos (tipo eu), com grana (tipo não
eu), que se ligam em novidades (eu
de novo), mas não se esquecem das
bandas antigas que moldaram seu
gosto (pronto, a "Word" me conquistou).
Pedi, há algumas semanas, que leitores me escrevessem explicando por que
gostam da banda inglesa Libertines. É que, apesar do sucesso do grupo e da opinião favorável de grande parte da crítica planetária, eu acho os Libertines sonoramente bem caídos.
A leitora Gláucia Xavier considera os caras bons e explica: "As guitarras, a bateria e os vocais ligeiramente "desencontrados" me fazem querer dançar pulando
de olhos fechados no quarto cantando "please kill me, oh, no, don't kill me"."
Mas ela faz ressalvas: "O ar blasé me parece um pouco fake, há uma vaga lembrança dos Strokes e uma sutil falta de personalidade".
Outro leitor, Luiz Henrique Gonçalves (Botucatu, SP), é só elogios. Ele acha legal o vocalista Pete Dohert ser maluco ("faz parte do show"), acha "perfeita e empolgante" a alternância de dois caras nos vocais e adora a "incrível semelhança"
dos Libertines com o Clash, pioneiros do punk rock inglês.
Então pronto: agora é a sua vez de escutar os Libertines (tem disco novo saindo) e formar sua própria opinião. Acho que vou ficar fora dessa.
Álvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo
E-mail: cby2k@uol.com.br
PLAY - "Bubblegum",
Mark Lanegan
Mais um ótimo disco-solo do ex-vocalista dos Screaming Trees, com sua
voz rouca de quem já bebeu, fumou
e viveu de monte. Não precisa seguir
o exemplo, mas vale escutar o som.
PLAY - Nick Cave
Play não para uma música específica, mas para o próprio Cave. Ao chegar a um antigo estúdio de Paris, ele
mandou a seguinte frase para a banda: "Esse lugar é velho e gasto.
Como nós".
EJECT - George W. Bush
O cara conseguiu fazer o mundo inteiro torcer contra e secar os EUA na
Olimpíada! Nem Ronald Reagan foi
capaz de tamanha lambança. George podia aproveitar e sair de fininho.
Texto Anterior: Cinema: Filmes curtos, idéias longas Próximo Texto: Música: Soul, pop e rock Índice
|