São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESCUTA AQUI

Ataque aos Beastie Boys

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR

O novo disco dos Beastie Boys, "To the Five Boroughs", é "fraco e datado", na opinião de ninguém menos que Liam Howlett, líder do grupo inglês de rock eletrônico barra pesada Prodigy.
Howlett ataca sem dó: "O álbum é uma decepção, eles são ótimos nas rimas, mas as batidas não são boas."
Foi numa entrevista para a revista inglesa "Word" que Liam Howlett soltou o verbo. Na conversa, ele lembrou que, há alguns anos, recebeu uma ligação de um dos Beasties: "Ele me telefonou para dizer que nossa música "Smack My Bitch Up" incitava à violência. Só que é o seguinte: eu não fico ligando para eles para dizer que o novo disco é uma porcaria, não é?"
 
Falando em "Word", atual publicação favorita de "Escuta Aqui", o site não é grande coisa, mas vale dar uma olhada só para entender a linha editorial: www.wordmagazine.co.uk. Basicamente, os caras inventaram uma revista de música, cinema e literatura para caras mais velhos (tipo eu), com grana (tipo não eu), que se ligam em novidades (eu de novo), mas não se esquecem das bandas antigas que moldaram seu gosto (pronto, a "Word" me conquistou).
 
Pedi, há algumas semanas, que leitores me escrevessem explicando por que gostam da banda inglesa Libertines. É que, apesar do sucesso do grupo e da opinião favorável de grande parte da crítica planetária, eu acho os Libertines sonoramente bem caídos.
A leitora Gláucia Xavier considera os caras bons e explica: "As guitarras, a bateria e os vocais ligeiramente "desencontrados" me fazem querer dançar pulando de olhos fechados no quarto cantando "please kill me, oh, no, don't kill me"."
Mas ela faz ressalvas: "O ar blasé me parece um pouco fake, há uma vaga lembrança dos Strokes e uma sutil falta de personalidade".
Outro leitor, Luiz Henrique Gonçalves (Botucatu, SP), é só elogios. Ele acha legal o vocalista Pete Dohert ser maluco ("faz parte do show"), acha "perfeita e empolgante" a alternância de dois caras nos vocais e adora a "incrível semelhança" dos Libertines com o Clash, pioneiros do punk rock inglês.
Então pronto: agora é a sua vez de escutar os Libertines (tem disco novo saindo) e formar sua própria opinião. Acho que vou ficar fora dessa.


Álvaro Pereira Júnior, 41, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo
E-mail: cby2k@uol.com.br


PLAY - "Bubblegum", Mark Lanegan
Mais um ótimo disco-solo do ex-vocalista dos Screaming Trees, com sua voz rouca de quem já bebeu, fumou e viveu de monte. Não precisa seguir o exemplo, mas vale escutar o som.

PLAY - Nick Cave
Play não para uma música específica, mas para o próprio Cave. Ao chegar a um antigo estúdio de Paris, ele mandou a seguinte frase para a banda: "Esse lugar é velho e gasto. Como nós".

EJECT - George W. Bush
O cara conseguiu fazer o mundo inteiro torcer contra e secar os EUA na Olimpíada! Nem Ronald Reagan foi capaz de tamanha lambança. George podia aproveitar e sair de fininho.


Texto Anterior: Cinema: Filmes curtos, idéias longas
Próximo Texto: Música: Soul, pop e rock
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.