São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

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02 neurônio

Uma coluna para o ursinho

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO

Num momento como esse, quando toda a humanidade está obcecada por ver homens correndo atrás de uma bola e pessoas dando pulos, não poderíamos deixar de propor uma reflexão olímpica neste espaço! Sim, porque nem sabemos o nome do artilheiro do nosso time (o Fluminense), mas acompanhamos coisas como partidas de vôlei de praia quando é época de Olimpíada. Por isso, nos sentimos livres para fazer algumas considerações esportivas aqui...
Adoramos ver a disputa entre a Rússia e os EUA na ginástica olímpica, pois parece que estamos voltando para os tempos da Guerra Fria (e, conseqüentemente, que ainda temos 7 anos). A avó de uma amiga nossa gostava de fazer uruca para as ginastas americanas e gritava: "Caia, sua imperialista". Ficamos felizes ao ver que pouca coisa mudou e que os EUA continuam sendo vaiados (só que agora por mais gente).
Quando não é contra o Brasil, sempre torcemos pelos cubanos. Os cubanos são tudo! Bonitos, simpáticos e andam em carros rabo-de-peixe. E são pobrinhos. Assim como gostamos de um PID (pretê com infância difícil), gostamos de um AID (atleta com infância difícil).
Sabemos que isso é um pouco feio, mas gostamos de jogos com brigas. Aqueles em que os esportistas perdem as estribeiras e o espírito olímpico. Claro que isso é coisa de gente que não entende nada de esportes! Também gostamos de tombos. Isso porque rimos até de pessoas que caem na rua. Sim, a gente é meio retardada, mas adora.
Rimos quando assistimos à marcha. E ficamos pensando, "como uma pessoa resolve que seu esporte vai ser esse?". Um dia ela começa a andar meio torta e descobre sua vocação?! Quando éramos crianças, brincávamos de fazer isso. E, pensando bem, vamos brincar disso agora!
Choramos em momentos dramáticos, principalmente os que envolvem o Brasil. Não chegamos a ser nenhum Oscar do basquete, mas as lágrimas caem. Os momentos olímpicos são ótimos, principalmente quando estamos com TPM ou brigamos com um pretê, pois aí podemos chorar tudo aquilo que estava, digamos, armazenado.
Ainda sonhamos em ser atletas de ginástica olímpica.
Ainda sonhamos em ser moças do nado sincronizado.
E ainda amamos festas de encerramento e abertura. Mas, é claro, nada compara ao choro do ursinho russo, quando a Olimpíada de Moscou (1980) acabou. Esta coluna é dedicada ao ursinho. E só de pensar nele a gente tem vontade de chorar. Mas deve ser de saudade...

02neuronio@uol.com.br


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