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São Paulo, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003

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Em 2003, torneio integrará dez favelas

DA REPORTAGEM LOCAL

Oito anos depois da primeira edição, o Favela Open dará o seu passo mais ambicioso neste ano. O professor de tênis Jorge Nascimento já iniciou as articulações para que o tradicional torneio do Capão Redondo se transforme num circuito, incluindo dez favelas de São Paulo.
"Estou em negociações com escolas em favelas de São Paulo para realizar o circuito com 6.000 participantes. Primeiramente, trabalharei com professores de educação física. Ensinar tênis a eles e dar para as escolas o material necessário: bolinhas, raquetes e redes. Estou tentando patrocínio para conseguir material novo. Se eu não conseguir, pedirei material usado para as escolas de tênis, como faço no Capão", diz Nascimento.
O circuito está programado para acontecer de 15 de novembro a 15 de dezembro. Em cada favela, haverá um torneio de três dias, acontecendo às sextas, aos sábados e aos domingos. Os campeões jogarão a grande final, uma espécie de "masters" da favela.
"Os torneios funcionam como os grandes campeonatos. No primeiro dia acontece um pré-quali- fying (etapa classificatória) com os garotos que não vão à escola ou que vão repetir de ano. O segundo dia é o do qualifying, com garotos que estão na escola mais os primeiros colocados do primeiro dia. Domingo é o dia do torneio, de onde sai o campeão", explica.
Mesmo realizando um trabalho socialmente relevante, Nascimento não tem um patrocínio contínuo para o seu projeto. "Antes dos campeonatos, converso com empresários e academias e consigo as coisas, mas no resto do ano recebo doações pontuais. Estou avaliando a possibilidade de abrir uma fundação para facilitar a entrada de recursos", afirma.
Enquanto esse plano não sai do papel, a estratégia para financiar o circuito passa pela organização de um torneio numa favela de Campos do Jordão em julho. "Tenho de ir aonde os ricos estão", diz.

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