São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006

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Música

Punk sem defeitos

Em entrevista exclusiva, guitarrista do NOFX fala do show em SP e pede dicas dos melhores bares da cidade

JOSÉ NORBERTO FLESCH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Você tem duas coisas interessantes para fazer no próximo domingo: votar (se já tiver idade suficiente) e ver o NOFX. O quarteto californiano de punk rock se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo. Por que o show é tão obrigatório? Porque o som da banda inspirou Green Day, Pennywise, Lagwagon e toda a leva de nomes do gênero, com pegada mais pop ou não, que veio depois.
Com 23 anos de carreira, a trupe formada por Fat Mike (vocais e baixo), El Hefe (guitarra), Eric Melvin (guitarra) e Erik Sandin (bateria) vem pela segunda vez ao país. Na primeira visita, em 1997, ficou insatisfeita com os promotores e prometeu não voltar. "É caro e cansativo ir ao Brasil ou outro lugar distante. Então, tem que valer a pena. Mas agora será tudo diferente. Sabemos que o público daí é muito legal e desta vez todo mundo vai se divertir muito mais", avisa Melvin ao Folhateen, por telefone.
O NOFX -o nome vem de "no effects" (sem efeito), termo que a banda utilizou para designar a crueza de seu som- está com disco novo, "Wolves in Wolves" Clothing". Animado, Melvin começa a falar sobre o repertório quando muda de assunto e pede indicação dos bares mais legais de São Paulo.
"Diga-me quais são os melhores. Vou levar minha noiva, que fala português. Então, não terei problemas em me comunicar". Ele arrisca um "obrigadôu" e pergunta se falou corretamente. Daí manda: "Vamos tocar algumas canções novas, mas pelo menos duas de cada disco entrarão".
O guitarrista calcula que o show terá "umas 24 ou 25 músicas" em uma hora e meia de duração. "São as que sempre pedem para tocarmos."
Com tom politizado nas letras e atitude idem, o NOFX participou ativamente de uma campanha que procurava incentivar os jovens norte-americanos a se voltarem contra George W. Bush antes de sua reeleição.
A banda critica também a denominação "emo" para os grupos punks que narram histórias românticas. "Se você for pensar, emo de verdade são os Buzzcocks (importante quarteto do punk inglês dos anos 70). Veja as letras deles. Só têm casos de amor", provoca Melvin.
Sobre a influência absorvida pelo Green Day, por exemplo, ele diz apenas que o trio e toda a leva contemporânea respeita o NOFX. "Fizemos vários shows com os caras do GD na Califórnia, quando eles não eram conhecidos, mas acho que hoje estão bem pop. Não dá para dizer mais que são puramente punks." Ele arremata a observação revelando seus ídolos: "Black Flag [americana, anos 70] e Subhumans [inglesa, anos 80] são as melhores bandas punk de todos os tempos".


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