|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Música
Punk sem defeitos
Em entrevista exclusiva, guitarrista do NOFX fala do show em SP e pede dicas dos melhores bares da cidade
JOSÉ NORBERTO FLESCH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Você tem duas coisas
interessantes para
fazer no próximo
domingo: votar (se
já tiver idade suficiente) e ver o NOFX. O quarteto californiano de punk rock se
apresenta no Credicard Hall,
em São Paulo. Por que o show é
tão obrigatório? Porque o som
da banda inspirou Green Day,
Pennywise, Lagwagon e toda a
leva de nomes do gênero, com
pegada mais pop ou não, que
veio depois.
Com 23 anos de carreira, a
trupe formada por Fat Mike
(vocais e baixo), El Hefe (guitarra), Eric Melvin (guitarra) e
Erik Sandin (bateria) vem pela
segunda vez ao país. Na primeira visita, em 1997, ficou insatisfeita com os promotores e prometeu não voltar. "É caro e cansativo ir ao Brasil ou outro lugar distante. Então, tem que valer a pena. Mas agora será tudo
diferente. Sabemos que o público daí é muito legal e desta vez
todo mundo vai se divertir muito mais", avisa Melvin ao Folhateen, por telefone.
O NOFX -o nome vem de
"no effects" (sem efeito), termo
que a banda utilizou para designar a crueza de seu som- está
com disco novo, "Wolves in
Wolves" Clothing". Animado,
Melvin começa a falar sobre o
repertório quando muda de assunto e pede indicação dos bares mais legais de São Paulo.
"Diga-me quais são os melhores. Vou levar minha noiva,
que fala português. Então, não
terei problemas em me comunicar". Ele arrisca um "obrigadôu" e pergunta se falou corretamente. Daí manda: "Vamos
tocar algumas canções novas,
mas pelo menos duas de cada
disco entrarão".
O guitarrista calcula que o
show terá "umas 24 ou 25 músicas" em uma hora e meia de
duração. "São as que sempre
pedem para tocarmos."
Com tom politizado nas letras e atitude idem, o NOFX
participou ativamente de uma
campanha que procurava incentivar os jovens norte-americanos a se voltarem contra
George W. Bush antes de sua
reeleição.
A banda critica também a denominação "emo" para os grupos punks que narram histórias
românticas. "Se você for pensar, emo de verdade são os
Buzzcocks (importante quarteto do punk inglês dos anos 70).
Veja as letras deles. Só têm casos de amor", provoca Melvin.
Sobre a influência absorvida
pelo Green Day, por exemplo,
ele diz apenas que o trio e toda a
leva contemporânea respeita o
NOFX. "Fizemos vários shows
com os caras do GD na Califórnia, quando eles não eram conhecidos, mas acho que hoje
estão bem pop. Não dá para dizer mais que são puramente
punks." Ele arremata a observação revelando seus ídolos:
"Black Flag [americana, anos
70] e Subhumans [inglesa, anos
80] são as melhores bandas
punk de todos os tempos".
Texto Anterior: Eleições: Olhos nos olhos Próximo Texto: Música: Um drama argentino Índice
|