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Ilegais se sujeitam até a semi-escravidão
DA REPORTAGEM LOCAL
Carnaval, festa junina, bumba-meu-boi são
atrativos para estrangeiros conhecerem e
brincarem no Brasil. Mas o que não deve ser
encarado como brincadeira é a vinda de imigrantes ilegais para trabalhar aqui.
Só pode trabalhar quem tem visto de trabalho carimbado no passaporte. Turistas e estudantes que tenham empregos, mesmo que
sem carteira assinada, podem ser deportados
(enviados de volta ao seu país de origem) assim que descobertos.
Logicamente, não há dados oficiais sobre o
número de imigrantes que trabalham ilegalmente no Brasil, mas é só sair às ruas comerciais do centro de São Paulo ou do Rio de Janeiro para notar a quantidade de gente de outros países trabalhando, principalmente no
comércio de produtos estilo "made in China".
Essa situação acabou sendo o principal obstáculo encontrado pela reportagem do Folhateen. A reação mais comum dos imigrantes
(bolivianos, chineses, coreanos e peruanos)
era evitar a conversa desde o princípio e simplesmente ignorar as perguntas.
"A maioria dos estrangeiros que trabalha de
forma exposta é porque já tem permissão para
fazer isso", diz o agente da Polícia Federal Celso D'Arcke Brasil. Como eles conseguem essa
permissão? "No caso dos comerciantes chineses, o expediente mais comum é eles chegarem
ao Brasil em casais, com a mulher já grávida.
Daí, ela tem o filho aqui, o que garante a permissão para os pais morarem e trabalharem
no país", esclarece.
Para a Polícia Federal, o maior problema
com a ilegalidade do trabalho de estrangeiros
é a situação dos bolivianos e dos peruanos,
que frequentemente são encontrados trabalhando em fábricas improvisadas de confecções em regime de semi-escravidão.
"O pior é ver que essas pessoas preferem essa condição a voltar para o seu país, onde passavam fome", diz o agente. "Não sei se o mundo deveria ter fronteiras, mas temos que ficar
atentos para que esses casos não aconteçam o
tempo todo", argumenta. (RL)
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