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"Bully" encara abismo familiar
DE NOVA YORK
O que mais impressiona em "Bully" (www.bullythemovie.com, com
previsão de exibição na
Mostra de Cinema de SP,
em outubro) é a participação dos adultos. Eles estão
lá o tempo todo, fazendo
o que a maioria dos pais
faz na vida real.
Toda vez que a turma de
amigos de uma cidadezinha da Flórida se reúne
no quarto de um deles, na
garagem de outro ou saindo, aparece um pai ou
mãe zelosos, que perguntam: "Tudo bem por aí?".
Ou: "Aonde vocês estão
indo?". Ou ainda: "Não
vão voltar tarde, hein?".
Você já viu este filme,
não? O problema é que,
enquanto isso, a molecada planeja o assassinato
de um amigo deles, que
efetivamente ocorre. Parece radical, mas o problema número dois é que é
tudo verdade, baseado em
um crime que aconteceu.
Se é que há uma lição
-dar lições não é papel
do cinema, a princípio-é
a de que pais e filhos norte-americanos vivem em
mundos cada vez mais irremediavelmente separados, embora habitem o
mesmo espaço.
Ninguém entende do
universo adolescente como Larry Clark. Ele fez
muita gente pensar e os
teens se enxergarem
quando lançou o definitivo "Kids" (se você ainda
não viu tem obrigação de
pegar hoje na locadora).
De quebra, revelou uma
geração competente de
gente de cinema, como
Chloë Sevigny, que depois
seria indicada ao Oscar
por seu papel em "Meninos Não Choram", e Harmony Korine, que virou
diretor de filmes originais
e esquisitões como
"Gummo" e "Julien Donkey-Boy".
(SD)
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