São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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"Bully" encara abismo familiar

DE NOVA YORK

O que mais impressiona em "Bully" (www.bullythemovie.com, com previsão de exibição na Mostra de Cinema de SP, em outubro) é a participação dos adultos. Eles estão lá o tempo todo, fazendo o que a maioria dos pais faz na vida real.
Toda vez que a turma de amigos de uma cidadezinha da Flórida se reúne no quarto de um deles, na garagem de outro ou saindo, aparece um pai ou mãe zelosos, que perguntam: "Tudo bem por aí?". Ou: "Aonde vocês estão indo?". Ou ainda: "Não vão voltar tarde, hein?".
Você já viu este filme, não? O problema é que, enquanto isso, a molecada planeja o assassinato de um amigo deles, que efetivamente ocorre. Parece radical, mas o problema número dois é que é tudo verdade, baseado em um crime que aconteceu.
Se é que há uma lição -dar lições não é papel do cinema, a princípio-é a de que pais e filhos norte-americanos vivem em mundos cada vez mais irremediavelmente separados, embora habitem o mesmo espaço.
Ninguém entende do universo adolescente como Larry Clark. Ele fez muita gente pensar e os teens se enxergarem quando lançou o definitivo "Kids" (se você ainda não viu tem obrigação de pegar hoje na locadora).
De quebra, revelou uma geração competente de gente de cinema, como Chloë Sevigny, que depois seria indicada ao Oscar por seu papel em "Meninos Não Choram", e Harmony Korine, que virou diretor de filmes originais e esquisitões como "Gummo" e "Julien Donkey-Boy". (SD)



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