São Paulo, Segunda-feira, 29 de Março de 1999
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Questão cabeluda! Um reclama que tem de mais; outro, de menos

JAIRO BOUER
especial para a Folha

"Tenho 19 anos e um problema me aflige: excesso de pêlos no corpo. Estou tremendamente insatisfeito com isso, mal consigo me olhar no espelho. Existe algum medicamento que inibe o crescimento de pêlos?"
"Estou com 18 e uma grande dúvida: o que fazer para ter mais pêlos no corpo? Tenho muito pouco (exceto na área pubiana)."
resposta Veja como dois caras, praticamente da mesma idade, têm encanações opostas. Mas, no fundo, os dois têm um problema parecido: o impacto que as mudanças na puberdade provoca na cabeça das pessoas.
Há alguns anos, os dois podiam estar jogando bola no mesmo time, com o corpo liso e a cabeça livre de grilos. Passada a revolução hormonal da puberdade, um continua jogando no time dos lisos, e o outro foi para o dos peludos. E nenhum está muito feliz! E os pêlos não são os únicos vilões. Voz, peso, altura e tamanho de pênis são grandes geradores de insatisfação. Será que tudo isso não é um bom disfarce que a gente arruma para lidar com as inseguranças que pintam nessa fase da vida?
Com os pêlos, não há muito o que fazer. O que determina a sua quantidade é a genética (as características herdadas do pai e da mãe). Poucos recursos podem alterar esse padrão genético. E as variações são normais.
Não existe remédio para bloquear o crescimento de pêlos. A depilação prolongada (feita com laser) é cara, lenta e não faz sentido para áreas extensas do corpo.
Para quem tem pouco pêlo, também não há remédio especial. Mas, aos 18 anos, o garoto pode não estar com a quantidade total de pêlos que terá na sua vida adulta .


Jairo Bouer, 33, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou mande e-mail para jbouer@uol.com.br


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