São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ciência

Por dentro das coisas (literalmente)

Autor aposta em exemplos do dia a dia na hora de escrever sobre química

DA REPORTAGEM LOCAL

Você sabia que o tomate já foi considerado um fruto venenoso, que a espuma do xampu não ajuda a limpar o seu cabelo e que a bactéria do chulé é a mesma do queijo roquefort? Talvez não -se for o caso, leia mais sobre essas histórias ao lado.
Mas, se esses textos não satisfizerem a sua curiosidade, a sugestão é dar uma olhada no livro "Barbies, Bambolês e Bolas de Bilhar" (ed. Zahar, 240 págs., R$ 39,90), lançado por aqui no início do mês e escrito por Joe Schwarcz, diretor do departamento de química da Universidade McGill, de Montreal (Canadá).
Na hora de fazer átomos e moléculas soarem interessantes aos seus leitores -tarefa que pode parecer bastante árdua-, Schwarcz tem sua técnica predileta: "Acredito que o truque é relacionar os conceitos à vida cotidiana", explicou à Folha, por e-mail.
O livro segue por esse caminho: é construído a partir de 67 capítulos curtos com curiosidades do dia a dia, reunidas com o intuito de convencer até mesmo o mais resistente aluno de que a química pode ser uma disciplina bacana.
"Acho que a ciência pode ser apresentada de uma maneira interessante e informativa sem trivializá-la." Simplificar as coisas, aliás, não parece ser o intuito do autor. Não faltam nomes complicados e explicações aprofundadas dos fenômenos narrados -e sem ilustrações! Sim, pode cansar um bocado.

Senso comum
Não é só o mito de que a química é chata que Schwarcz tenta derrubar em "Barbies, Bambolês e Bolas de Bilhar", mas também outros preconceitos, como o de que as coisas naturais são sempre superiores às sintéticas. Mostra que não são.
"Uma reflexão logo revela que a natureza não é bondosa", escreve o autor no capítulo dois. "A luz solar natural pode causar câncer de pele e algas tóxicas podem envenenar os peixes e as pessoas que os comem", exemplifica.
Para quem gostou da proposta do livro, mas não está disposto a dar uma chance à química, uma saída é a leitura de "Mania de Matemática - 2" (ed. Zahar, 204 págs., R$ 39,90), de Ian Stewart, que também foi publicado no Brasil recentemente.
O livro segue menos pelo caminho das curiosidades cotidianas e mais pela trilha dos enigmas matemáticos -e o texto, complicado demais, não é recomendado para quem não gosta de números. (DB)


Texto Anterior: Cinema: Lendas vivas
Próximo Texto: Livros: Clássicos rimados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.