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ciência
Por dentro das coisas (literalmente)
Autor aposta em exemplos do dia a dia na hora de escrever sobre química
DA REPORTAGEM LOCAL
Você sabia que o tomate já foi considerado um fruto venenoso, que a espuma
do xampu não ajuda
a limpar o seu cabelo e que a
bactéria do chulé é a mesma do
queijo roquefort? Talvez não
-se for o caso, leia mais sobre
essas histórias ao lado.
Mas, se esses textos não satisfizerem a sua curiosidade, a
sugestão é dar uma olhada no
livro "Barbies, Bambolês e Bolas de Bilhar" (ed. Zahar, 240
págs., R$ 39,90), lançado por
aqui no início do mês e escrito
por Joe Schwarcz, diretor do
departamento de química da
Universidade McGill, de Montreal (Canadá).
Na hora de fazer átomos e
moléculas soarem interessantes aos seus leitores -tarefa
que pode parecer bastante árdua-, Schwarcz tem sua técnica predileta: "Acredito que o
truque é relacionar os conceitos à vida cotidiana", explicou à
Folha, por e-mail.
O livro segue por esse caminho: é construído a partir de 67
capítulos curtos com curiosidades do dia a dia, reunidas com o
intuito de convencer até mesmo o mais resistente aluno de
que a química pode ser uma
disciplina bacana.
"Acho que a ciência pode ser
apresentada de uma maneira
interessante e informativa sem
trivializá-la." Simplificar as coisas, aliás, não parece ser o intuito do autor. Não faltam nomes
complicados e explicações
aprofundadas dos fenômenos
narrados -e sem ilustrações!
Sim, pode cansar um bocado.
Senso comum
Não é só o mito de que a química é chata que Schwarcz tenta derrubar em "Barbies, Bambolês e Bolas de Bilhar", mas
também outros preconceitos,
como o de que as coisas naturais são sempre superiores às
sintéticas. Mostra que não são.
"Uma reflexão logo revela
que a natureza não é bondosa",
escreve o autor no capítulo
dois. "A luz solar natural pode
causar câncer de pele e algas tóxicas podem envenenar os peixes e as pessoas que os comem", exemplifica.
Para quem gostou da proposta do livro, mas não está disposto a dar uma chance à química,
uma saída é a leitura de "Mania
de Matemática - 2" (ed. Zahar,
204 págs., R$ 39,90), de Ian
Stewart, que também foi publicado no Brasil recentemente.
O livro segue menos pelo caminho das curiosidades cotidianas e mais pela trilha dos
enigmas matemáticos -e o texto, complicado demais, não é
recomendado para quem não
gosta de números.
(DB)
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