São Paulo, segunda, 30 de março de 1998

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O vendedor é sempre um amigo

da Reportagem Local

O perfil de quem vende o LSD se confunde com o do consumidor da droga. Na maioria dos casos são jovens de classe média, que já viajaram para o exterior ou conhecem alguém que mora fora do país, consomem outras drogas e não usam o dinheiro da venda da droga para sobreviver.
B.M., 25, trabalha com informática e vende ácidos desde que teve seu primeiro contato com a droga, aos 16 anos. "Foi em Ubatuba (SP). Tomamos um "coringa', um tipo bastante popular na época. Quando você começa a tomar vai descobrindo vários canais para a compra. Uns são feitos no Brasil, e outros, no exterior", conta.
Sua clientela se restringe a amigos e a amigos de amigos. "Comecei a vender para poder consumir. Há dois anos costumava tomar dois por dia. Hoje uso pelo menos um por fim-de-semana", diz ele.
M.J., 24, também vende ácidos para garantir o próprio consumo. "O ácido virou um ritual em grupo. Todos consomem juntos antes de sair para a balada e ficam preocupados uns com os outros para saber se "bateu'", conta ele. Apesar de sempre vender tudo o que tem, M.J. diz que não faz o tráfico pelo dinheiro: "Se quisesse ganhar, venderia para qualquer um".



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