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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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FÉRIAS - TEMPO DE TRABALHO

Cara, cadê meu emprego?

Tuca Vieira/Folha Imagem
Jovens empregados do parque Hopi Hari, que foram contratados depois de ocuparem vagas temporárias



Trabalhos temporários podem render dinheiro extra e pontos no currículo em plenas férias


FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem pensa em trabalho temporário -já que nunca foi tão difícil encontrar emprego fixo-, logo imagina o mico de preencher mil fichas em shopping centers no Natal. Se rolar, é dinheiro no bolso, mas significa um verão na cidade enquanto a turma curte a praia.
Mas não é só no final do ano e em lojas que se encontra emprego temporário. Durante as férias de julho, muita gente aproveita o tempo longe da faculdade para descolar uma grana e adicionar itens ao currículo. A maioria das vagas abertas nesse período é relacionada a lazer, recreação e atendimento ao público.
Se você tem mais de 16 anos -idade legal para ingresso no mercado de trabalho- e não agilizou nada para as férias que (oficialmente) começam amanhã, não se aflija: empresas ainda estão contratando para julho e agosto, e o Folhateen levantou mais de 500 vagas para você. Melhor: especialistas nessa atividade provisória alertam: há emprego temporário o ano inteiro, e não só no período de férias.
Joanna Leme, 22, já aprendeu a lição e, desde o início do ano, faz trabalhos temporários como promotora enquanto a carreira de assessora de imprensa não decola. "O dinheiro desses trabalhos é bom, e o período é curto. Às vezes, ganho mais num dia de trabalho temporário do que num mês como assessora", explica. Atualmente, Joanna trabalha na Casa Cor. "Meu namorado fica meio bravo porque quer viajar nos fins de semana, quando estou trabalhando. Para compensar, na minha folga de segunda-feira, a gente faz um bate-e-volta na praia."
A estudante de turismo Aline Andrade, 22, também pega trabalhos temporários há oito meses. "É uma atividade dinâmica que conta para o meu currículo. Já fiz estágio e estou nessa de temporária porque não descobri um trabalho fixo que fosse tão lucrativo ou divertido."
O estudante de administração Bruno Carpentieri, 21, também acredita que esses trabalhos valorizem seu currículo, mas não acha as atividades tão divertidas assim. "Por mais que seja algo sem grandes perspectivas, aprendo muita coisa útil, como o atendimento ao público. Preciso da grana, mas, às vezes, esses trabalhos são chatos. Já tive de ficar dez horas seguidas servindo café em supermercados. Tudo tem dois lados."
É mais pela diversão e menos pelo dinheiro que Christian Fernandez, 20, estudante de direito, passa parte das férias de inverno e de verão, além de alguns fins de semana, como monitor do acampamento English Camp. "A grana é sempre bem-vinda, mas não é o que me motiva mais porque é pouco dinheiro. Paga a minha gasolina do mês", diz.
Apesar de muita gente encarar esses trabalhos com descompromisso, especialistas da área afirmam que muitos dos selecionados para equipes temporárias são também candidatos à efetivação.
Foi esse o caso de Edmur Jeromel Jr., 19, e de Silviani Cristina dos Santos, 20. Eles foram contratados pelo parque Hopi Hari para uma temporada de serviços e, depois, ganharam vagas fixas. Silviani atendeu ao anúncio que o parque fez em um jornal porque era uma das poucas oportunidades de emprego que não pedia experiência prévia. "Sem trabalho, estava me sentindo inútil. Agora, pago dois cursos profissionalizantes para mim com o dinheiro do trabalho e já posso pensar em crescimento profissional."


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