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FÉRIAS - TEMPO DE TRABALHO
Cara, cadê meu emprego?
Tuca Vieira/Folha Imagem
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Jovens empregados do parque Hopi Hari, que foram contratados depois de ocuparem vagas temporárias |
Trabalhos temporários podem render dinheiro extra e pontos no currículo em plenas férias
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FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem pensa em trabalho temporário
-já que nunca foi tão difícil encontrar emprego fixo-, logo imagina o mico de preencher mil fichas em shopping
centers no Natal. Se rolar, é dinheiro no
bolso, mas significa um verão na cidade
enquanto a turma curte a praia.
Mas não é só no final do ano e em lojas
que se encontra emprego temporário.
Durante as férias de julho, muita gente
aproveita o tempo longe da faculdade
para descolar uma grana e adicionar
itens ao currículo. A maioria das vagas
abertas nesse período é relacionada a lazer, recreação e atendimento ao público.
Se você tem mais de 16 anos -idade legal para ingresso no mercado de trabalho- e não agilizou nada para as férias
que (oficialmente) começam amanhã,
não se aflija: empresas ainda estão contratando para julho e agosto, e o Folhateen levantou mais de 500 vagas para você. Melhor: especialistas nessa atividade provisória alertam: há emprego temporário o ano inteiro, e não só no período de férias.
Joanna Leme, 22, já aprendeu a lição e,
desde o início do ano, faz trabalhos temporários como promotora enquanto a
carreira de assessora de imprensa não
decola. "O dinheiro desses trabalhos é
bom, e o período é curto. Às vezes, ganho
mais num dia de trabalho temporário do
que num mês como assessora", explica.
Atualmente, Joanna trabalha na Casa
Cor. "Meu namorado fica meio bravo
porque quer viajar nos fins de semana,
quando estou trabalhando. Para compensar, na minha folga de segunda-feira,
a gente faz um bate-e-volta na praia."
A estudante de turismo Aline Andrade,
22, também pega trabalhos temporários
há oito meses. "É uma atividade dinâmica que conta para o meu currículo. Já fiz
estágio e estou nessa de temporária porque não descobri um trabalho fixo que
fosse tão lucrativo ou divertido."
O estudante de administração Bruno
Carpentieri, 21, também acredita que esses trabalhos valorizem seu currículo,
mas não acha as atividades tão divertidas
assim. "Por mais que seja algo sem grandes perspectivas, aprendo muita coisa
útil, como o atendimento ao público.
Preciso da grana, mas, às vezes, esses trabalhos são chatos. Já tive de ficar dez horas seguidas servindo café em supermercados. Tudo tem dois lados."
É mais pela diversão e menos pelo dinheiro que Christian Fernandez, 20, estudante de direito, passa parte das férias
de inverno e de verão, além de alguns
fins de semana, como monitor do acampamento English Camp. "A grana é sempre bem-vinda, mas não é o que me motiva mais porque é pouco dinheiro. Paga
a minha gasolina do mês", diz.
Apesar de muita gente encarar esses
trabalhos com descompromisso, especialistas da área afirmam que muitos dos
selecionados para equipes temporárias
são também candidatos à efetivação.
Foi esse o caso de Edmur Jeromel Jr.,
19, e de Silviani Cristina dos Santos, 20.
Eles foram contratados pelo parque Hopi Hari para uma temporada de serviços
e, depois, ganharam vagas fixas. Silviani
atendeu ao anúncio que o parque fez em
um jornal porque era uma das poucas
oportunidades de emprego que não pedia experiência prévia. "Sem trabalho,
estava me sentindo inútil. Agora, pago
dois cursos profissionalizantes para mim
com o dinheiro do trabalho e já posso
pensar em crescimento profissional."
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