NO INÍCIO do mês, o Twitter me irritou. Ao entrar na página principal, subitamente me deparei com uma surpresa desagradável: o rosto de uma das minhas ex-melhores amigas.
Depois de franzir as sobrancelhas, notei a mensagem autoritária que acompanhava a foto: "Quem você deve seguir". A nova função do Twitter não sugere quem "nós achamos" que você gostaria de seguir, mas quem "você deve" seguir.
Depois de reclamar para os meus 7.377 seguidores, percebi que não era a única inconformada. Outras pessoas reclamavam sobre ter que ver o rosto de ex-namorados imbecis ou de meninas horrorosas que estavam ficando com eles.
Descobrimos que podíamos apertar o "X" em cada sugestão e fazer a foto desaparecer. Outros já tinham até aprendido macetes para a nova função sumir.
Na semana seguinte, um e-mail me surpreendeu. Vinha de uma menina que eu mal conheço, e que me odeia por eu ter ficado com um menino que ela queria.
Não acreditei no que li: "Todos os dias eu tenho que ver essa sua cara ridícula no meu Twitter. Como é que isso funciona? Eu acho que o Twitter sugere quem olha muito a nossa página! Já falei para ficar longe de mim!"
Mas eu nem sabia que ela estava no Twitter! Descobri que o Twitter nos manda seguir quem as pessoas que seguimos seguem. No caso, o garoto que ela queria.
Uma amiga em comum me falou: "Ela lê sua página todos os dias. Às vezes, é a primeira coisa em que ela clica quando acorda. Estou no trabalho de manhã e lá vem uma mensagem dela no MSN". Tive que rir. No final das contas, pude concluir que ela estava com raiva de ter sido descoberta.
Quando me irrito com alguma sugestão, acabo dando risada. Penso que, no final das contas, para poder rir de quem odeia me amar, vale a pena ver uma carinha feia ou outra. Sigam-me: @mayradiasgomes


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