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Ninguém escapará à crise do vestibular, diz psicoterapeuta
DA REPORTAGEM LOCAL
Não são apenas os filhos que
passam pelo estresse do vestibular. Toda a família atravessará uma espécie de crise, afirma
Leo Fraiman, psicoterapeuta,
especialista em psicologia escolar e autor de "Meu Filho Vai
Prestar Vestibular. E Agora?"
(ed. Gente, 137 págs., R$ 18).
O processo seletivo implica
mudanças. O filho dará os primeiros passos em direção à fase
adulta. "Os pais começam a
sentir que aquela criança não é
mais uma criança. Isso é um
motivo de angústia para eles."
Segundo Fraiman, o vestibular representa uma alteração de
status dos pais, que passarão a
ter filhos universitários, com
novas responsabilidades e outra rotina de vida.
Essa ansiedade e essa insegurança são associadas às crises de
meia-idade, nas quais os parentes questionam os seus próprios
valores e sua função social. "Alguns pais, em contato com os
seus dramas, não agüentam os
problemas dos filhos e, para
responder a sua própria angústia, dão respostas prontas para
os estudantes: "Você deve cursar isso", "estudar desse modo" e
assim por diante."
Há sinais que devem ser observados: o filho evitar conversar em família, por exemplo, é
um indicativo de que o vínculo
não está bom, diz. Irritabilidade
excessiva, silêncio ou dedicação
excessiva ao trabalho são marcas de que os pais estão fugindo
da intimidade familiar.
Para evitar essa situação, afirma Fraiman, pode-se criar uma
rotina, escolhendo um ou dois
dias da semana para falar sobre
assuntos escolares e, nos demais dias, sobre temas do cotidiano. "A crise não é mais do
que um rearranjo, que pode ser
encarado de maneira positiva
-como novas oportunidades e
melhorias na qualidade de comunicação e na aquisição de
papéis na família- ou de forma negativa, como uma perda e
um motivo para brigas."
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