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Falha na ligação entre as idéias prejudica texto
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O candidato abordou corretamente o tema, buscando explicar o motivo da resistência
aos EUA por parte de nações de
todo o mundo em meio ao discurso politicamente correto de
George W. Bush.
O raciocínio é simples: o
mundo sabe que o regime de
Saddam Hussein é indefensável, mas isso não é suficiente
para justificar a onipotência ou
a arrogância dos EUA.
Embora não tenha desenvolvido muito as idéias, a reflexão
caminha na direção certa, pois
questiona basicamente o princípio democrático de soberania
das nações -sobretudo quando vidas estão em jogo.
O candidato aponta a impotência e o medo como os sentimentos de todos os que assistem à demonstração de poder
dos EUA. Poderia ter-se aprofundado mais nas razões que
impedem uma reação mais
enérgica do mundo ante os
desmandos de Bush. Cita rapidamente a desconfiança do
mundo em relação aos motivos
altruístas dos EUA até concluir
que houve um recrudescimento do antiamericanismo.
As idéias são pertinentes ao
tema, mas o texto, embora preserve a unidade, tem flagrantes
defeitos de coesão. Falha na interligação entre as idéias, o que,
em parte, parece dever-se à falta de vocabulário. O título não
reflete o eixo da discussão.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da
Folha. E-mail:
tnicoleti@folhasp.com.br
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