FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 1998, um parecer técnico foi favorável à liberação do plantio da soja transgênica no Brasil. O país deverá comercializar soja transgênica apenas até o final deste ano, já que o controle ambiental e do produto é fundamental para que haja essa comercialização, e a comunidade técnica e científica ainda está insegura em relação a essa questão. O mercado também passou a desconfiar dos transgênicos.
A questão relativa à soja surgiu quando foi produzida uma alteração de uma linhagem -foi introduzido um gene que a tornou resistente a um herbicida.
Essa soja transgênica pode ter o herbicida aplicado após a germinação da semente, pois mata somente as ervas daninhas, e não a soja.
Tecnicamente, a soja é uma espécie proveniente da China, sem parentes silvestres sexualmente compatíveis no Brasil, o que faz com que seja muito improvável a transmissão do gene para outras plantas.
As técnicas de engenharia genética permitem transferir genes de uma espécie para a outra. Os organismos transgênicos são aqueles que recebem e incorporam genes de outra espécie e podem transmiti-lo a sua prole.
A manipulação genética de plantas é mais simples do que a de animais, pois elas possuem mais facilidade para serem obtidas a partir de células isoladas do que as de animais.
A construção de espécies vegetais de interesse econômico alertou a comunidade científica sobre o pouco conhecimento que se tinha sobre a bioquímica e a genética vegetal para poder avaliar corretamente os riscos dos transgênicos.
No Brasil, ainda existe o desconhecimento da biodiversidade florística dos diferentes ecossistemas que compõem o país.