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BIOLOGIA
O doping e os atletas olímpicos
FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A palavra doping aparece, pela
primeira vez, em um dicionário inglês de 1889 -uma mistura
de narcóticos utilizada em cavalos puros-sangues. Desde então,
a utilização de substâncias masculinizantes vem sendo testada
também em humanos.
O mais famoso de todos os
anabolizantes esteróides (dianabol) foi desenvolvido nas décadas de 50 e 60 pelo médico e esportista americano John Ziegler
para tentar combater a superioridade dos soviéticos nos esportes.
Na Olimpíada do México, em
1968, o COI (Comitê Olímpico
Internacional) definia doping
como a administração ou o uso
de agentes estranhos ao organismo ou de substâncias fisiológicas
capazes de provocar no atleta um
comportamento anormal, sem
correspondência com sua real
capacidade orgânica e funcional.
Desde 1968, o teste antidoping
passou a fazer parte da rotina dos
atletas, gerando várias perdas de
medalhas, como no caso do corredor canadense Ben Johnson,
em 1988, durante os Jogos Olímpicos de Seul.
Ao longo do tempo, novas formas de doping foram surgindo,
como a transfusão de sangue para aumento do transporte de glóbulos, o uso de hormônio de
crescimento (cuja função é controlar a síntese protéica nos músculos e o crescimento dos ossos)
e a utilização de creatinina -suplemento alimentar na base da
construção de proteínas musculares. Este último foi muito usado
na Copa do Mundo da França,
em 1998.
Muitos cuidados com as formas de doping foram tomados
antes dos Jogos Olímpicos de
Atenas, o que resultou na desclassificação de muitos atletas.
No entanto, na Olimpíada de Pequim, em 2008, talvez o doping
seja dificilmente detectado e venha inoculado por meio de um
retrovírus, pela possibilidade da
engenharia genética de alterar o
gene produtor da velociferina
-um fator protéico que ativa o
gene da miosina II b- e assim
estimular a produção de fibra
muscular nos atletas que demandam explosão muscular.
Fabio Giordano é bacharel em biologia, doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta. E-mail:
giordano@unisanta.br
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