São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004
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BIOLOGIA

O doping e os atletas olímpicos

FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A palavra doping aparece, pela primeira vez, em um dicionário inglês de 1889 -uma mistura de narcóticos utilizada em cavalos puros-sangues. Desde então, a utilização de substâncias masculinizantes vem sendo testada também em humanos.
O mais famoso de todos os anabolizantes esteróides (dianabol) foi desenvolvido nas décadas de 50 e 60 pelo médico e esportista americano John Ziegler para tentar combater a superioridade dos soviéticos nos esportes.
Na Olimpíada do México, em 1968, o COI (Comitê Olímpico Internacional) definia doping como a administração ou o uso de agentes estranhos ao organismo ou de substâncias fisiológicas capazes de provocar no atleta um comportamento anormal, sem correspondência com sua real capacidade orgânica e funcional.
Desde 1968, o teste antidoping passou a fazer parte da rotina dos atletas, gerando várias perdas de medalhas, como no caso do corredor canadense Ben Johnson, em 1988, durante os Jogos Olímpicos de Seul.
Ao longo do tempo, novas formas de doping foram surgindo, como a transfusão de sangue para aumento do transporte de glóbulos, o uso de hormônio de crescimento (cuja função é controlar a síntese protéica nos músculos e o crescimento dos ossos) e a utilização de creatinina -suplemento alimentar na base da construção de proteínas musculares. Este último foi muito usado na Copa do Mundo da França, em 1998.
Muitos cuidados com as formas de doping foram tomados antes dos Jogos Olímpicos de Atenas, o que resultou na desclassificação de muitos atletas. No entanto, na Olimpíada de Pequim, em 2008, talvez o doping seja dificilmente detectado e venha inoculado por meio de um retrovírus, pela possibilidade da engenharia genética de alterar o gene produtor da velociferina -um fator protéico que ativa o gene da miosina II b- e assim estimular a produção de fibra muscular nos atletas que demandam explosão muscular.


Fabio Giordano é bacharel em biologia, doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta. E-mail: giordano@unisanta.br


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