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REDAÇÃO DO LEITOR
Eliminar as redundâncias valoriza o texto
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O texto apresenta uma visão
otimista da proposta de
substituição do exame vestibular por um sistema de avaliação
da vida escolar do candidato.
Acredita que, além de ser uma
medida democrática, a diluição
da avaliação, hoje concentrada
num só momento da trajetória
do aluno, venha a incentivar a
melhoria das condições de ensino e aprendizagem nos níveis
fundamental e médio.
Otimismo à parte, o redator
poderia ter mostrado aspectos
problemáticos da proposta -a
maioria dos estudantes que enviaram textos a esta seção demonstrou preocupação com a
defasagem entre o nível de ensino da escola pública e o da
privada, o que poderia exacerbar a heterogeneidade dos alunos no terceiro grau.
Seria interessante fazer uma
revisão severa no texto com o
intuito de eliminar os trechos
redundantes, ou seja, as explicações desnecessárias e a tautologia (repetição de uma idéia
com palavras diferentes -veja
o parágrafo inicial).
No segundo parágrafo, o uso
da conjunção aditiva "e" ("As
péssimas condições... e a falta
de compromisso...") simplifica
artificialmente a relação entre
as duas idéias -na verdade,
uma relação de causa e efeito.
Isso revela dificuldade de estabelecer nexos semânticos e sintáticos entre as idéias.
Por fim, convém evitar o emprego de "fórmulas" de conclusão ("Em suma, os fatos já
mencionados..."). O texto perde a naturalidade e ganha um
discutível tom escolar.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da
Folha. E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br
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