UOL

      São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REDAÇÃO DO LEITOR

Eliminar as redundâncias valoriza o texto

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O texto apresenta uma visão otimista da proposta de substituição do exame vestibular por um sistema de avaliação da vida escolar do candidato. Acredita que, além de ser uma medida democrática, a diluição da avaliação, hoje concentrada num só momento da trajetória do aluno, venha a incentivar a melhoria das condições de ensino e aprendizagem nos níveis fundamental e médio.
Otimismo à parte, o redator poderia ter mostrado aspectos problemáticos da proposta -a maioria dos estudantes que enviaram textos a esta seção demonstrou preocupação com a defasagem entre o nível de ensino da escola pública e o da privada, o que poderia exacerbar a heterogeneidade dos alunos no terceiro grau.
Seria interessante fazer uma revisão severa no texto com o intuito de eliminar os trechos redundantes, ou seja, as explicações desnecessárias e a tautologia (repetição de uma idéia com palavras diferentes -veja o parágrafo inicial).
No segundo parágrafo, o uso da conjunção aditiva "e" ("As péssimas condições... e a falta de compromisso...") simplifica artificialmente a relação entre as duas idéias -na verdade, uma relação de causa e efeito. Isso revela dificuldade de estabelecer nexos semânticos e sintáticos entre as idéias.
Por fim, convém evitar o emprego de "fórmulas" de conclusão ("Em suma, os fatos já mencionados..."). O texto perde a naturalidade e ganha um discutível tom escolar.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha. E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br


Texto Anterior: Entidades de defesa de estudantes dizem que programa para carentes é limitado
Próximo Texto: Vale a pena saber
Matemática: Pratique matemática fazendo comparações

Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.