São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004
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FÍSICA

A ciência da medida

TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A história das civilizações sempre foi acompanhada da necessidade de medir as coisas. No início, cada país, cidade ou região possuía sua própria unidade de medida. Unidades como côvado -que equivalia a três palmos-, jarda -igual a 914 milímetros-, braça -equivalente a 2,20 metros-, pé, polegada e medidas de massa como onça e grão -que teve origem no peso de sementes de trigo ou cevada-, entre outras, provocavam confusão no comércio internacional e no feito entre regiões vizinhas, por serem definidas por padrões locais.
Em 1790, a Academia Francesa de Ciência propôs que todas as unidades de comprimento fossem substituídas por uma única, o metro. Sua extensão foi determinada como sendo "a décima milionésima parte da distância entre o pólo Norte e o Equador terrestre, medida pelo meridiano que passa por Paris". Essa medida é representada por uma barra de platina e irídio que se encontra guardada no pavilhão de Breteuil, em Sèvres (França). A unidade de massa, o grama, passou a ser definida como "a massa de um centímetro cúbico de água a 4C".
A elaboração do sistema métrico decimal, o primeiro sistema planejado de pesos e medidas, foi um legado da Revolução Francesa. A criação desse sistema, mais moderno e adequado para o comércio e para a ciência, fez com que, após 1850, vários países o adotassem, inclusive o Brasil. Em 1875, a unidade de massa foi redefinida para quilograma, equivalente a mil gramas, e fabricou-se um novo padrão internacional. Atualmente, o metro é definido como sendo "o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo".
Devido ao desenvolvimento científico e à descoberta de novas grandezas físicas, a Conferência Internacional de Pesos e Medidas de 1960 substituiu o sistema métrico decimal pelo Sistema Internacional de Unidades (S.I.). De acordo com esse sistema, são sete as unidades fundamentais: metro, quilograma, segundo, ampère -para medir a intensidade da corrente elétrica-, kelvin -como unidade de temperatura-, mol -para a quantidade de matéria- e candela -que mede a intensidade luminosa. São ainda adotadas unidades derivadas, como o newton (unidade de força) e o joule (unidade de energia).


Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja e da Nova Escola


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