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MATEMÁTICA
Quando é possível fazer um vôo visual?
JOSÉ LUIZ PASTORE MELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A licença de piloto privado, primeira a ser adquirida por
quem quer pilotar avião ou helicóptero, propicia ao seu titular
voar, de forma não remunerada,
em aeronaves monomotoras e
multimotoras, em condições de
vôo visual e vôo por instrumentos. Boa parte dos cursos de formação de piloto privado iniciam
o treino prático dos estudantes
em aeronaves que permitem apenas o vôo visual, como o avião
Cessna 150.
Um vôo visual pode ser feito
quando, entre outros fatores, o teto de nuvens no céu está a uma altura aproximada de 300 metros
do solo ou mais.
Durante o dia, uma pessoa bem
treinada é capaz de determinar a
altura do teto de nuvens apenas
olhando para o céu, mas, durante
a noite, a altura das nuvens é determinada por meio de regras básicas de trigonometria, como veremos a seguir.
Em alguns aeroportos, existe
um equipamento de altura h que
emite um feixe de luz na direção
do teto de nuvens, formando um
ângulo com a horizontal (ver
figura). Esse equipamento se encontra a uma distância d de um
teodolito (também de altura h),
que é um aparelho utilizado para
medir o ângulo . Com os dados
,, d e h, é possível determinar
a altura H+h das nuvens em relação ao solo.
Do BCD sabemos que
tg=H/x ou ainda que
x=H/tg; do ABD temos que
tg=H/(d-x). Juntando essas informações e isolando H, encontraremos H=(d.tg.tg)/
(tg+tg).
Para achar a altura das nuvens,
basta substituir na fórmula encontrada os valores conhecidos e
acrescentar h ao valor final de H.
Por exemplo, se d=400m, =70,
=60 e h=1m, segue H 425
metros e H+h 426 metros, o
que implica dizer que, em tais
condições, a altura do teto de nuvens não constitui restrição ao
vôo visual, sem uso de equipamentos.
José Luiz Pastore Mello é licenciado
em matemática e mestrando em educação pela USP.
E-mail: jlpmello@uol.com.br
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