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      São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003
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ATUALIDADES

O marketing nuclear da Coréia do Norte

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

No aniversário de 55 anos do surgimento da Coréia do Norte, os EUA e a Rússia fizeram um alerta ao presidente Kim Jong-il, exigindo a suspensão do projeto de construção da bomba atômica. Acusado por George W. Bush de pertencer ao "eixo do mal", ao lado do Irã e do Iraque, o governo norte-coreano insiste na retomada do seu programa nuclear.
A península da Coréia esteve ocupada pelo Japão até o final da Segunda Guerra, quando foi dividida em dois Estados: uma ditadura comunista no norte, sob a tutela da URSS, e um regime anticomunista no sul, apoiado pelos EUA. Três anos mais tarde, em 1948, surgiram a República da Coréia (Coréia do Sul) e a República Democrática Popular da Coréia, a Coréia do Norte, comunista.
Durante a Guerra Fria, tropas do sul e do norte entravam constantemente em choque na fronteira. Até que, determinado em unificar o país sob a bandeira comunista, o governo norte-coreano ordenou uma ofensiva contra o sul. Foi o início da Guerra da Coréia (1950-1953), que selou o isolamento definitivo dos países.
Mergulhada numa crise econômica após a desintegração da URSS, em 1991, a Coréia do Norte foi obrigada a romper o isolamento. Assinou com os EUA, em 1994, um acordo de desarmamento. Mas, com base em suspeitas de que a Coréia do Norte houvesse retomado seu programa nuclear em 2002, Washington interrompeu o diálogo, e Pyongyang anunciou o rompimento com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Agora, a Coréia do Norte declara ter concluído a reciclagem de combustível nuclear, produzindo plutônio suficiente para fabricar seis bombas atômicas. Suspeita-se que isso seja jogo de cena. Além de ajuda econômica, a Coréia do Norte exige dos EUA a assinatura de um pacto de não-agressão e a retirada dos 37 mil soldados da fronteira com a Coréia do Sul.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br


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