|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BIOLOGIA
A biogeografia e a distribuição dos seres vivos
ELIANA COLLUCCI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Pouco mais de cem anos após a
descoberta da América por
Colombo, Francis Bacon percebeu que havia uma extraordinária
semelhança entre o perfil da costa
oriental da América do Sul e o da
costa ocidental da África. Quase
um século depois, com base na
distribuição geográfica dos mamíferos, Buffon aventou a hipótese de que a América do Sul e a
África formaram um único continente, que teria sido fragmentado
pelas águas do oceano Atlântico.
Após Buffon, vários autores
também postularam que ilhas e
continentes estariam unidos no
passado. O primeiro argumento
importante a favor da deriva continental (movimentação dos continentes) foi proposto por Alfred
Wegener (1912), mas faltavam
mecanismos que explicassem como isso acontecia.
Segundo a tectônica de placas,
formulada simultaneamente por
vários geólogos na década de 60, a
crosta terrestre é formada por gigantescas placas rígidas, assoalho
oceânico e continentes, que se
movem lentamente sobre um
manto pastoso. O movimento é
impulsionado pelas correntes do
magma, que separam as placas
para ambos os lados e um novo
assoalho oceânico é formado.
Quando se chocam, duas placas
que se movem em direção contrária podem dar origem a grandes
cordilheiras e a falhas.
A biogeografia é o ramo das
ciências biológicas que se dedica
ao estudo das distribuições geográficas dos organismos. É dividida em biogeografia ecológica (estudo dos fatores ambientais que
determinam a distribuição dos
organismos) e biogeografia histórica (estudo da distribuição espacial e temporal dos seres vivos
com base em fatores históricos).
Para a biogeografia histórica, dois
processos são responsáveis pelos
padrões de distribuição geográfica: a dispersão e a vicariância.
O dispersionismo propõe que
cada espécie tem um centro de
origem e dali se dispersa em várias direções. A biogeografia de
vicariância postula que as distribuições atuais dos seres vivos são
resultantes da fragmentação de
áreas.
Eliana Collucci é bióloga, formada pela
USP-Ribeirão Preto, e pós-doutoranda
pela Faculdade de Saúde Pública (USP)
Texto Anterior: História: O Estado, a cultura e a construção da nação Próximo Texto: Atualidades: A Opep e a crise no Oriente Médio Índice
|