São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2004
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BIOLOGIA

Avaliando a balneabilidade das praias

FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Passado o vestibular, o assunto começa a ser o verão. Então é sempre bom respeitar as orientações fornecidas pela Cetesb, órgão responsável por aferir a balneabilidade de nossas águas.
A expectativa é que mais praias sejam classificadas como impróprias para banho no verão deste ano. Isso porque a Cetesb passou a adotar um indicador mais restritivo, a bactéria Enterococos, considerada mais adequada para a avaliação de riscos à saúde oriundos da exposição à água do mar por ser mais resistente a esse ambiente do que as outras bactérias fecais previstas na mesma legislação, como a Escherichia coli e os coliformes fecais, que vinham sendo usados.
A moderna avaliação da qualidade das praias adotada pelos laboratórios da Cetesb é a técnica da membrana filtrante, que permite a contagem de todas as bactérias presentes em cada amostra de 100 mililitros de água, pois retém organismos com até 0,45 micra de diâmetro.
Na revisão da legislação para a adoção dessa metodologia mais rigorosa, optou-se pela publicação de uma resolução específica para o uso recreacional, que passa a seguir os parâmetros atuais, que elegeram a Enterococos como indicador. Essa é a recomendação da Organização Mundial da Saúde, pois a técnica permite maior exatidão nos resultados dos estudos que avaliam o nível da contaminação das praias marinhas.
Essa tomada de consciência deve ser acompanhada dos cuidados que a Cetesb aconselha aos banhistas para que se exponham menos aos riscos de infecções: manter-se informado sobre a qualidade das praias, não entrar na água quando a praia for considerada imprópria e evitar mergulhar a cabeça caso o contato ocorra. A última recomendação é adotar um comportamento que contribua para a recuperação das praias, evitando jogar lixo na areia ou não levando cães à praia.


Fabio Giordano é bacharel em biologia, doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta


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