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ILHA DE CULTURA
Debates durante o evento ajudam o aluno a desenvolver argumentação e reflexão
Bienal desperta interesse pela leitura
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cercado de livros por todos os
lados. Assim ficará o vestibulando que for à 18ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que
começa hoje e vai até o dia 25. O
contato com os livros pode não
parecer proveitoso para o aluno
que está mais preocupado com os
testes de múltipla escolha, mas
professores de cursinho dizem
que a visita traz benefícios a médio prazo, principalmente para
quem não tem o hábito de ler.
Ao percorrer os 45 mil m2 da feira, o vestibulando poderá ver cerca de 1,3 milhão de exemplares de
150 mil obras dos mais diversos
assuntos. Se a minoria delas traz
informações que podem ser utilizadas diretamente nas provas, a
maioria aumentará a bagagem
cultural do candidato.
"Conhecimento imediato o estudante tem na aula. Programas
como a Bienal ajudam porque aumentam o nível cultural do candidato. Ele passeia pelos estandes,
pode dar uma folheada nos livros
e, eventualmente, comprar algo
que lhe interessa", disse Nelson
Dutra, professor do Objetivo.
Já o coordenador do Anglo Ernesto Birner compara a visita com
a ida de alguém que gosta de rock
a um concerto de música erudita.
"Estar cercado de livros é um catalisador para mudar de comportamento. O aluno sai daquele
mundo da TV. Se ele folhear alguns livros, já é um ganho", disse.
Além das obras, a Bienal terá como atrativo debates sobre temas
relacionados à literatura e à atualidade que podem ajudar a desenvolver a capacidade de reflexão e
de argumentação do vestibulando, algo importante sobretudo
nas provas de redação dos processos seletivos.
Para poder participar de alguns
dos debates e das palestras de
convidados como Nélida Piñon,
Moacyr Scliar e Pasquale Cipro
Neto, é preciso fazer a inscrição
com antecedência, pois há um limite de vagas.
"As palestras podem servir como um polimento cultural, mas é
importante o vestibulando se informar antes sobre os horários e
sobre quem são os palestrantes",
disse Dutra, do Objetivo.
Ponto negativo
Nem só de pontos positivos é
feita a visita à Bienal, lembra a
coordenadora de português do
Etapa, Célia Passoni. "O convívio
com o livro, que a maioria dos
vestibulandos não tem, é muito
importante, mas o estudante deve
estar preparado também para a
possibilidade de ficar cansado e
de perder a paciência durante a
visita. Tem muita gente", disse
ela, que recomenda ir logo cedo
ou à noite -horários em que há
menos excursões escolares. Na última edição, a Bienal recebeu 600
mil visitantes.
O trânsito para chegar ao Centro de Exposições Imigrantes deve ser menor neste ano, segundo
Oswaldo Siciliano, presidente da
Câmara Brasileira do Livro. Na
última edição, a realização do
evento congestionou a rodovia
que dá acesso ao local. "Neste ano
serão duas entradas, o que deve
amenizar o trânsito na rodovia
dos Imigrantes." Para quem resolver deixar o carro em casa, haverá ônibus gratuitos saindo da
estação Jabaquara do metrô.
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