São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004
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ILHA DE CULTURA

Debates durante o evento ajudam o aluno a desenvolver argumentação e reflexão

Bienal desperta interesse pela leitura

ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cercado de livros por todos os lados. Assim ficará o vestibulando que for à 18ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começa hoje e vai até o dia 25. O contato com os livros pode não parecer proveitoso para o aluno que está mais preocupado com os testes de múltipla escolha, mas professores de cursinho dizem que a visita traz benefícios a médio prazo, principalmente para quem não tem o hábito de ler.
Ao percorrer os 45 mil m2 da feira, o vestibulando poderá ver cerca de 1,3 milhão de exemplares de 150 mil obras dos mais diversos assuntos. Se a minoria delas traz informações que podem ser utilizadas diretamente nas provas, a maioria aumentará a bagagem cultural do candidato.
"Conhecimento imediato o estudante tem na aula. Programas como a Bienal ajudam porque aumentam o nível cultural do candidato. Ele passeia pelos estandes, pode dar uma folheada nos livros e, eventualmente, comprar algo que lhe interessa", disse Nelson Dutra, professor do Objetivo.
Já o coordenador do Anglo Ernesto Birner compara a visita com a ida de alguém que gosta de rock a um concerto de música erudita. "Estar cercado de livros é um catalisador para mudar de comportamento. O aluno sai daquele mundo da TV. Se ele folhear alguns livros, já é um ganho", disse.
Além das obras, a Bienal terá como atrativo debates sobre temas relacionados à literatura e à atualidade que podem ajudar a desenvolver a capacidade de reflexão e de argumentação do vestibulando, algo importante sobretudo nas provas de redação dos processos seletivos.
Para poder participar de alguns dos debates e das palestras de convidados como Nélida Piñon, Moacyr Scliar e Pasquale Cipro Neto, é preciso fazer a inscrição com antecedência, pois há um limite de vagas.
"As palestras podem servir como um polimento cultural, mas é importante o vestibulando se informar antes sobre os horários e sobre quem são os palestrantes", disse Dutra, do Objetivo.

Ponto negativo
Nem só de pontos positivos é feita a visita à Bienal, lembra a coordenadora de português do Etapa, Célia Passoni. "O convívio com o livro, que a maioria dos vestibulandos não tem, é muito importante, mas o estudante deve estar preparado também para a possibilidade de ficar cansado e de perder a paciência durante a visita. Tem muita gente", disse ela, que recomenda ir logo cedo ou à noite -horários em que há menos excursões escolares. Na última edição, a Bienal recebeu 600 mil visitantes.
O trânsito para chegar ao Centro de Exposições Imigrantes deve ser menor neste ano, segundo Oswaldo Siciliano, presidente da Câmara Brasileira do Livro. Na última edição, a realização do evento congestionou a rodovia que dá acesso ao local. "Neste ano serão duas entradas, o que deve amenizar o trânsito na rodovia dos Imigrantes." Para quem resolver deixar o carro em casa, haverá ônibus gratuitos saindo da estação Jabaquara do metrô.


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