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FÍSICA
A óptica da visão - 2
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
A última coluna descreveu a viagem que a luz realiza desde a
córnea, película transparente à
frente do olho, até a retina, onde
finalmente se projeta. A capacidade de formar imagens nítidas na
retina de objetos que se encontram perto ou muito distantes dos
olhos, se deve ao cristalino, uma
incrível lente biconvexa, do tamanho de um feijão, constituída por
milhares de finíssimas camadas
superpostas de um tecido transparente e elástico. Essa minúscula
lente consegue mudar sua forma,
graças à sua elasticidade e à contração ou ao relaxamento dos
músculos ciliares, que ajustam a
distância focal.
Quando uma pessoa de visão
normal observa um objeto distante, seus músculos ciliares estão relaxados, o cristalino apresenta-se
com a sua máxima distância focal
e seu olho não está realizando nenhum esforço de acomodação. À
medida que o objeto se aproxima,
a imagem continua nítida sobre a
retina, graças à contração dos
músculos ciliares, que realizam
esforço máximo de acomodação,
ao reduzirem a distância focal do
cristalino. Os dois pontos extremos para os quais o olho normal
consegue formar uma imagem na
retina chamam-se ponto remoto,
o mais distante, e o outro, ponto
próximo, situado a uma distância
média de 25 cm dos olhos.
Na miopia, a imagem de objetos
mais distantes se forma um pouco
antes da retina e parece estar "fora
de foco". Isso ocorre devido ao
alongamento do globo ocular em
relação ao seu comprimento normal, ou pelo formato excessivamente arredondado da córnea, ou
por uma capacidade exagerada
do cristalino em convergir os
raios de luz que nele incidem. Como o olho míope é um sistema
muito convergente, a correção é
feita com o uso de lentes externas
divergentes, que têm o objetivo de
desviar e abrir o feixe incidente
para que o olho o faça convergir
na retina.
A hipermetropia se deve ao encurtamento do globo ocular em
relação ao comprimento normal,
ou a uma capacidade menor do
cristalino em convergir os raios
incidentes. Dessa forma, o feixe
luminoso de objetos mais distantes converge depois da retina e,
como na miopia, forma-se uma
imagem sem nitidez na retina. O
hipermetrope passa a ter dificuldade em focalizar a imagem de
objetos que se encontram muito
próximos de seus olhos. Como
seu olho é um sistema muito divergente, as lentes corretivas devem ser convergentes, com o objetivo de desviar o feixe incidente,
para que o olho também o projete
sobre a retina.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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