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      São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003
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FÍSICA

A óptica da visão - 2

TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A última coluna descreveu a viagem que a luz realiza desde a córnea, película transparente à frente do olho, até a retina, onde finalmente se projeta. A capacidade de formar imagens nítidas na retina de objetos que se encontram perto ou muito distantes dos olhos, se deve ao cristalino, uma incrível lente biconvexa, do tamanho de um feijão, constituída por milhares de finíssimas camadas superpostas de um tecido transparente e elástico. Essa minúscula lente consegue mudar sua forma, graças à sua elasticidade e à contração ou ao relaxamento dos músculos ciliares, que ajustam a distância focal.
Quando uma pessoa de visão normal observa um objeto distante, seus músculos ciliares estão relaxados, o cristalino apresenta-se com a sua máxima distância focal e seu olho não está realizando nenhum esforço de acomodação. À medida que o objeto se aproxima, a imagem continua nítida sobre a retina, graças à contração dos músculos ciliares, que realizam esforço máximo de acomodação, ao reduzirem a distância focal do cristalino. Os dois pontos extremos para os quais o olho normal consegue formar uma imagem na retina chamam-se ponto remoto, o mais distante, e o outro, ponto próximo, situado a uma distância média de 25 cm dos olhos.
Na miopia, a imagem de objetos mais distantes se forma um pouco antes da retina e parece estar "fora de foco". Isso ocorre devido ao alongamento do globo ocular em relação ao seu comprimento normal, ou pelo formato excessivamente arredondado da córnea, ou por uma capacidade exagerada do cristalino em convergir os raios de luz que nele incidem. Como o olho míope é um sistema muito convergente, a correção é feita com o uso de lentes externas divergentes, que têm o objetivo de desviar e abrir o feixe incidente para que o olho o faça convergir na retina.
A hipermetropia se deve ao encurtamento do globo ocular em relação ao comprimento normal, ou a uma capacidade menor do cristalino em convergir os raios incidentes. Dessa forma, o feixe luminoso de objetos mais distantes converge depois da retina e, como na miopia, forma-se uma imagem sem nitidez na retina. O hipermetrope passa a ter dificuldade em focalizar a imagem de objetos que se encontram muito próximos de seus olhos. Como seu olho é um sistema muito divergente, as lentes corretivas devem ser convergentes, com o objetivo de desviar o feixe incidente, para que o olho também o projete sobre a retina.


Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja


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