|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GEOGRAFIA
As chuvas de verão
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em algumas áreas do país, as
chuvas deste início de ano estão
mais intensas do que as dos três
últimos verões. Ainda bem, pois
os reservatórios das hidrelétricas
precisam de água para garantir a
geração de energia, senão as termoelétricas, construídas emergencialmente, terão de entrar em
operação e sua conta de energia
vai subir mais um "pouco".
A maior parte dessas chuvas é
decorrente da convecção atmosférica, ou seja, do movimento ascendente do ar mais aquecido,
que se encontra próximo à crosta
terrestre, ao mesmo tempo que o
mais frio, das camadas superiores
da atmosfera, faz o caminho inverso, descendente. Esse processo
leva para cima a água evaporada,
que, após a condensação, volta na
forma de chuvas, em geral, muito
fortes. Essas chuvas de convecção,
chamadas comumente de chuvas
de verão, não trazem apenas alívio para o setor energético e demais atividades que sofrem com a
falta de água.
Sua interação com a ocupação
desordenada de encostas e de várzeas traz também muita desgraça.
A ocupação de encostas muito íngremes, com alto grau de intemperismo das rochas, acompanhada de intenso desmatamento, aumenta a possibilidade de deslizamentos de terra, que, invariavelmente, provocam tragédias.
As várzeas, que podem ser definidas como leitos temporários
dos rios, são áreas que eventualmente podem sofrer inundações.
Quando ocupamos esses locais,
estamos sujeitos a conviver, durante as cheias, com os efeitos do
transbordamento dos rios, que
ocorrem cada vez com mais freqüência devido à impermeabilização dos solos -que diminui a
infiltração e aumenta o escoamento superficial da água, elevando o volume e a velocidade com
que a mesma chega aos rios.
Até meados deste mês, as localidades de Angra dos Reis, Petrópolis e Grande Belo Horizonte estão entre as mais atingidas por enchentes e deslizamentos.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
Texto Anterior: Física: A óptica da visão - 2 Próximo Texto: Atualidades: Os números da Aids no mundo Índice
|