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      São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 2003
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ATUALIDADES

Os números da Aids no mundo

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Desde a sua descoberta, no início dos anos 80, a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) já matou mais de 20 milhões de pessoas no mundo. Dados divulgados em 2001 pelo Programa das Nações Unidas para a Aids (Unaids) indicam que cerca de 40 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus HIV. Seis milhões a mais do que em 1999.
Metade dos novos casos ocorre entre jovens de 15 a 24 anos. Cerca de 6.000 deles são infectados diariamente, e um terço do total dos portadores do HIV pertence a essa faixa etária. Grande parte não sabe que é portadora do vírus. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o controle da epidemia esbarra no modo como os jovens iniciam sua vida sexual.
Segundo previsões da ONU, a considerar o ritmo de crescimento atual, 68 milhões de pessoas devem morrer de Aids até 2020. Somente na África Subsaariana (Botsuana, Zimbábue, África do Sul etc), que concentra 70% dos casos de todo o mundo, devem morrer cerca de 55 milhões. O maior obstáculo para a redução do número de mortos é a restrição ao acesso dos coquetéis anti-retrovirais (ARV). No Brasil, todo soropositivo tem, por lei, direito ao coquetel composto por 12 drogas (oito produzidas no país). Estão registrados 225 mil casos e estima-se que cerca de 113 mil soropositivos tenham acesso ao ARV.
O país gasta com esses medicamentos R$ 600 milhões por ano. Com essa atuação, a doença deixou de crescer, e as mortes decorrentes da Aids foram reduzidas em mais de 50%. Reconhecida internacionalmente, a experiência brasileira tornou-se um exemplo para o mundo em desenvolvimento. O país inclusive tem contribuído com outras nações, principalmente as africanas. Mas a iniciativa é ainda muito tímida. Afinal, segundo Peter Piot, diretor-executivo da Unaids, "é a maior epidemia que a humanidade já conheceu".


Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br


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