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ATUALIDADES
Os números da Aids no mundo
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Desde a sua descoberta, no início
dos anos 80, a Aids (Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida)
já matou mais de 20 milhões de
pessoas no mundo. Dados divulgados em 2001 pelo Programa das
Nações Unidas para a Aids
(Unaids) indicam que cerca de 40
milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus HIV. Seis milhões a
mais do que em 1999.
Metade dos novos casos ocorre
entre jovens de 15 a 24 anos. Cerca
de 6.000 deles são infectados diariamente, e um terço do total dos
portadores do HIV pertence a essa faixa etária. Grande parte não
sabe que é portadora do vírus. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o controle
da epidemia esbarra no modo como os jovens iniciam sua vida sexual.
Segundo previsões da ONU, a
considerar o ritmo de crescimento atual, 68 milhões de pessoas devem morrer de Aids até 2020. Somente na África Subsaariana
(Botsuana, Zimbábue, África do
Sul etc), que concentra 70% dos
casos de todo o mundo, devem
morrer cerca de 55 milhões. O
maior obstáculo para a redução
do número de mortos é a restrição ao acesso dos coquetéis anti-retrovirais (ARV). No Brasil, todo
soropositivo tem, por lei, direito
ao coquetel composto por 12 drogas (oito produzidas no país). Estão registrados 225 mil casos e estima-se que cerca de 113 mil soropositivos tenham acesso ao ARV.
O país gasta com esses medicamentos R$ 600 milhões por ano.
Com essa atuação, a doença deixou de crescer, e as mortes decorrentes da Aids foram reduzidas
em mais de 50%. Reconhecida internacionalmente, a experiência
brasileira tornou-se um exemplo
para o mundo em desenvolvimento. O país inclusive tem contribuído com outras nações, principalmente as africanas. Mas a iniciativa é ainda muito tímida. Afinal, segundo Peter Piot, diretor-executivo da Unaids, "é a maior
epidemia que a humanidade já
conheceu".
Roberto Candelori é coordenador da
Cia. de Ética, professor da Escola Móbile
e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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