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CARREIRA/PSICOLOGIA
MAIORIA DAS MATÉRIAS DO CURSO É DE HUMANAS, MAS HÁ ESTATÍSTICA, FARMACOLOGIA E ANATOMIA
Graduação também tem aulas de exatas e biológicas
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
No vestibular da Fuvest, a carreira de psicologia é uma das
poucas que exigem que o candidato faça provas das matérias exatas, humanas e biológicas na segunda fase. Depois de aprovado,
o estudante também terá de enfrentar aulas de disciplinas nesses
três campos do conhecimento.
Apesar de a psicologia ser prioritariamente uma ciência humana, o aluno terá, logo no primeiro
ano, aulas de anatomia, importantes para compreender o funcionamento do cérebro, e de farmacologia, para entender o efeito
dos medicamentos. Mesmo tendo
noções sobre os remédios, o psicólogo não pode receitar medicamentos, atribuição dos psiquiatras, que se formam em medicina
e fazem especialização na área.
Também no primeiro ano, há
aulas de estatística, que, além de
servirem para projetos de pesquisa, são importantes na aplicação
de testes psicológicos. "Os estudantes costumam ter dificuldade
com anatomia e estatística, mas
depois descobrem a importância
dessas matérias", disse Calvino
Camargo, diretor da Faculdade de
Psicologia do Mackenzie.
Segundo ele, a aplicação dos testes psicológicos, geralmente no
segundo ano da graduação, é a
primeira atividade de estágio que
o aluno desenvolverá na faculdade. Depois, os estudantes passam
a atuar em projetos na comunidade e, posteriormente, fazem atendimento individual a pacientes
com supervisão de professores.
Um projeto da USP, entretanto,
utiliza estudantes desde o primeiro ano em instituições como a Febem, uma delegacia e um batalhão da Polícia Militar. Os estudantes, com supervisão, atendem
internos, policiais e vítimas utilizando uma das habilidades mais
necessárias para o psicólogo: ouvir o sofrimento das pessoas.
"Olhar aquele que sofre com
atenção e se dispor a ouvir suas
necessidades mais urgentes está
implícito no trabalho do psicólogo em qualquer área que ele vá
trabalhar, seja no esporte, em
uma empresa ou consultório",
disse Henriette Morato, professora responsável pelo projeto.
Mercado de trabalho
Após a graduação, o atendimento de pacientes no consultório é apenas uma das opções. Entretanto, muitos recém-formados
optam por isso para iniciar a vida
profissional.
"O psicólogo tem essa alternativa. No começo, ele trabalha menos, tem três ou quatro pacientes,
mas pelo menos tem uma remuneração", disse Ana Mercês Bahia
Bock, professora da PUC-SP e
presidente do Conselho Regional
de Psicologia de São Paulo.
Segundo ela, diferentemente do
que pensam muitos vestibulandos, o psicólogo não trabalha exclusivamente no tratamento de
pacientes após os problemas já estarem instalados. "O profissional
atua em três níveis: no curativo,
que é o mais conhecido, no preventivo, tentando evitar problemas que podem aparecer em algumas situações, e no de promoção, em que o psicólogo atua em
situações em que não há doença,
em que os indivíduos não são
portadores de sofrimento", disse.
Uma das atividades de promoção é o trabalho em empresas. A
consultora da área de gestão de
capital humano da Deloitte Touche Tohmatsu, Priscila Mendes,
27, por exemplo, formou-se em
1998 na Unip e hoje presta consultoria em recursos humanos para
outras empresas. "Normalmente,
os psicólogos são os responsáveis
pelos processos de seleção de profissionais, mas podem exercer todas as outras atividades na área de
recursos humanos."
Segundo ela, outra atribuição
comum dos psicólogos é projetar
programas de treinamento para
desenvolver habilidades comportamentais nos funcionários. "O
psicólogo define, por exemplo,
que determinadas pessoas têm de
desenvolver a capacidade de liderança ou de relacionamento interpessoal e, depois, ele cria e aplica
um treinamento."
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