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      São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003
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CARREIRA/EDUCAÇÃO FÍSICA

VOLTADO SOBRETUDO PARA A FORMAÇÃO TEÓRICA DO ALUNO, CURSO NÃO FORMA ATLETAS

Exigência de diploma deve melhorar mercado de trabalho

Matuiti Mayezo/Folha Imagem
Almeris Armiliato, que hoje presta consultoria para academias


ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em breve desaparecerá, aquele atleta que pratica judô há anos, chegou à faixa preta e começou a dar aulas numa academia sem ter feito faculdade. Com a regulamentação da área de educação física, em 98, todos os que trabalham com exercícios físicos deverão ser formados. Os que já atuam no mercado deverão passar por um curso de adaptação.
Com a regulamentação e o aumento da preocupação com a forma física, a procura por esses profissionais vem crescendo. Mas, além das academias de ginástica, há outros locais em que o formado na área pode trabalhar.
Toda atividade que envolve exercícios físicos pode ser executada por um profissional de educação física. É ele quem orienta, por exemplo, alguém que foi aconselhado pelo médico a fazer exercícios como parte do tratamento para problemas do coração. Esse profissional definirá o tipo de atividade ideal, a periodicidade e a intensidade.
Para isso, durante a faculdade, mais do que jogar bola, o estudante terá uma sólida formação teórica. As atividades práticas nas aulas servem apenas para que o aluno saiba como a natação pode, por exemplo, ajudar uma pessoa que precisa emagrecer.
"O aluno não aprenderá a jogar futebol, e sim como ensinar uma criança a jogar ou como treinar uma equipe de futebol. Não é preciso conseguir arremessar uma bola, mas é preciso saber ensinar a arremessar", diz Umberto Cesar Corrêa, coordenador do bacharelado em educação física da USP.
Mesmo depois de concluído o curso, a prática de exercícios o dia inteiro pode não ser uma realidade. Se for para uma academia, o profissional, além ministrar a aula, terá antes de planejá-la, levando em conta as necessidades de seus alunos e suas características, como idade e condicionamento.
"O estudante de educação física não aprende apenas a reproduzir alguns movimentos, mas os fundamentos para que possa criar novos", disse Ismael Forte Freitas Júnior, chefe do Departamento de Educação Física da Unesp de Presidente Prudente.
Uma área nova, que não requer muito suor do profissional, é o marketing esportivo (nessa área, cabe ao profissional, por exemplo, definir estratégias de patrocínio em um clube).
É possível atuar também na organização de competições e na administração de clubes. A atividade mais tradicional é a docência em escolas do ensino infantil ao médio. O estudante da licenciatura terá de cursar, além das matérias comuns ao bacharelado, outras relacionadas à pedagogia.
Pode-se também trabalhar com lazer. "Em um hotel ou em clubes, o bacharel pode orientar atividades recreativas adequadas para o público em questão", disse Paulo Cesar Montagner, coordenador da graduação da Unicamp.


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