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MEDICINA
Especialização é necessária devido à grande quantidade de informações sobre técnicas e doenças
Subdivisão é a principal tendência
DA REPORTAGEM LOCAL
Além do aparecimento de áreas
totalmente novas, algo comum
na medicina é a subdivisão de especializações já existentes. Após
uma primeira especialização feita
na residência, é normal que o médico os foque seus estudos posteriores em uma determinada
doença ou técnica.
"No momento, a realidade do
mercado de trabalho é muito
mais de subdivisões de especialidades-mãe do que de surgimento
de outras totalmente novas. Há
doenças como hipertensão que
têm tantos pacientes que o médico pode apenas se dedicar a ela",
disse o médico Enrico Repetto,
autor do livro voltado para vestibulandos "O Guia da Medicina".
Ele, por exemplo, é endocrinologista especializado em diabetes.
De acordo com a coordenadora
do curso da Unicamp, Angélica
Maria Bicudo Zeferino, a subdivisão das especialidades acontece
devido à maior quantidade de informações que estão disponíveis
hoje em cada área.
"É impossível acompanhar todos os estudos de medicina que
saem. Não dá para saber tudo, então as pessoas acabam se especializando. Até um tempo atrás,
quem cuidava de adolescentes era
o pediatra. Como um grupo foi
desenvolvendo estudos, houve
um aprofundamento, e hoje há a
herbiatria, que ainda é parte da
pediatria", disse.
Além de subdivisões das especialidades, os médicos encontram
agora locais de atuação diferentes
do que no passado. "Hoje em dia,
nos grandes centros urbanos, há
médicos que integram equipes de
resgate. Se feito adequadamente,
o atendimento pré-hospitalar pode melhorar muito as possibilidades do paciente. Antes, não havia
médicos nesse ambiente", disse a
coordenadora do curso da Unifesp, Rosana Fiorini Puccini.
Uma especialidade que está na
moda é a genética médica, que
não é nova, mas ampliou as suas
possibilidades de atuação.
Até um tempo atrás, a principal
atividade do médico da área era o
aconselhamento genético, em que
o profissional calcula, por exemplo, qual a probabilidade de um
casal com uma doença ter um filho nas mesmas condições.
Atualmente, com o desenvolvimento de novas técnicas, o especialista pode atuar também no
tratamento dessas doenças.
"Antes, o geneticista não tinha
muito o que fazer com o paciente.
Apenas os sintomas eram tratados, e cada especialidade ficava
responsável por uma complicação. Hoje, há técnicas para
interferir no curso da doença",
disse Carlos Ruchaud, diretor
médico da empresa de biotecnologia Genzyme.
Uma dessas técnicas é a reposição enzimática. Se o defeito genético causa falta de uma enzima
responsável por eliminar uma
substância do corpo, ela pode se
acumular. Isso causa danos, que,
antes, eram só o que era tratado.
Atualmente, essas enzimas são
produzidas em laboratório para
que a doença não avance. Outra
técnica recente -e ainda pouco
desenvolvida- é a terapia gênica,
em que se procura "consertar" o
gene defeituoso.
(ANDRÉ NICOLETTI)
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