São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ENGENHARIA

Questões como o reflorestamento, o uso de água e os resíduos industriais ampliam mercado

Ambiente também é opção para engenheiros

DA REPORTAGEM LOCAL

A engenharia é composta por mais de 150 habilitações e, por isso, seu mercado de trabalho sempre foi um dos mais extensos. É uma das carreiras que mais evoluem em relação à demanda do mercado de trabalho, apesar de ser uma das mais antigas.
As especializações e as novas atribuições dos engenheiros parecem nunca terminar. Os setores de construção e de mecânica são mais tradicionais, mas o mercado pediu engenheiros alimentares, têxteis, navais, hídricos, bioquímicos, de telecomunicações e de computação, entre muitos outros.
Hoje, com a crescente preocupação com o ambiente, o setor tornou-se um promissor mercado também para os engenheiros.
"Questões como reflorestamento, preservação da Amazônia, escassez de água pelo mau uso dos recursos hídricos e queimadas estão ganhando cada vez mais foco, por isso abrem espaço para um novo campo de trabalho", diz o engenheiro florestal e vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Fernando Bemerguy.
A principal atribuição do engenheiro na área ambiental é realizar projetos voltados para o aproveitamento racional dos recursos naturais, como avaliar ecossistemas e desenvolver e elaborar estudos e projetos para a preservação de parques e de reservas naturais, recuperar áreas degradadas aplicando técnicas de reflorestamento, além de gerenciamento de resíduos (urbanos, agrícolas e industriais), entre outras funções.
"O desafio é conseguir conservar o ambiente e promover o desenvolvimento econômico ao mesmo tempo", diz Bemerguy.
Como aconteceu também em outras áreas, foram criados cursos para formar profissionais especializados em ambiente, como engenharia ambiental e engenharia florestal, oferecidos, entre outras instituições, pela USP, pela UnB (Universidade de Brasília), pela Unesp e pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O professor Vahan Agopyan, diretor da Escola Politécnica da USP, também aponta a área ambiental como promissora, mas ressalta a importância de uma formação sólida, com conhecimentos profundos de engenharia, antes de uma especialização.
"Há, sim, um bom mercado no ambiente e nos agronegócios, assim como há alguns anos aconteceu com o setor de telecomunicações. O profissional com formação sólida e versátil está pronto para se adequar e encontrar mercado em qualquer área que venha a ser moda ou em que surja demanda", diz.
Além do ambiente, Agopyan destaca como atribuições recentes e em crescimento para os engenheiros gestão de qualidade e desenvolvimento sustentável. "Engenharia é a profissão do desenvolvimento. Quando o Brasil optar por uma política real de desenvolvimento, o número de engenheiros será insuficiente para a demanda", afirma.
César Puglisi Maia, 26, é recém-formado em engenharia ambiental e diz que, desde pequeno, foi educado pelos pais a ser "ambientalmente correto". "Nunca me imaginei trabalhando em outra área. Escolhi a engenharia porque quero desenvolver projetos de preservação e de recuperação ambiental", diz. (MS)


Texto Anterior: Medicina: Subdivisão é a principal tendência
Próximo Texto: Administração: Terceiro setor atrai profissionais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.