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ECONOMIA
Setor movimenta cerca de 40% do PIB; profissional pode orientar sobre mercado internacional
Agronegócios exigem conhecimento teórico
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das carreiras mais tradicionais, a economia está vivendo,
de acordo com especialistas, uma
fase de renovação. A globalização,
as crises nacionais e internacionais e os mercados comuns fizeram com que o campo de trabalho para esse profissional passasse por alterações.
"Com esses fatores e com a atual
economia do país, não está apenas surgindo um novo mercado
para os economistas, mas também está havendo um redescobrimento da profissão", diz Paulo
Brasil, do Conselho Regional de
Economistas de São Paulo. "Acho
que nada será feito daqui em
diante sem planejamento e análise econômica, tanto no setor público como no privado."
"O economista leva vantagem
por trabalhar com a abordagem
macroeconômica. Tem sensibilidade para detectar as mudanças
que estão acontecendo no mundo", completa Claudemir Galvani, vice-presidente da Ordem dos
Economistas de São Paulo e professor da PUC-SP.
Galvani destaca como novos
-e promissores- campos de
atividade para os economistas a
mediação e a arbitragem. "Em
um momento de grande necessidade de desafogar a Justiça, o economista é completamente capacitado para exercer essas funções
em casos, por exemplo, de litígios
contratuais entre duas empresas."
A área pericial também é citada
pelo professor como próspera para a carreira. Nela, o economista é
responsável pela emissão de laudos sobre questões de quantificação de valores, situações patrimoniais, montantes e efeitos
financeiros por meio de exame,
vistoria, investigação, avaliação
ou certificação.
A grande novidade para o economista, no entanto, está no setor
de agronegócios. "Há 20 anos, o
agronegócio era assunto de fazendeiro, mas hoje é de grandes empresários. Essa mudança interfere
também na forma de administrar.
Os empresários precisam dos
economistas para dar suporte em
relação ao mercado internacional", diz Galvani.
As boas oportunidades do setor
rural para os economistas são facilmente justificáveis: o ramo movimenta hoje cerca de 40% do PIB
nacional. Com essa proporção,
demanda funções específicas às
quais um economista está preparado, como analisar e interpretar
os impactos das políticas governamentais relativas à agricultura
e à agroindústria nos campos fiscal, monetário, cambial, ambiental ou de crédito.
Como conseqüência do aumento da demanda por economistas
nesse setor, a USP de Piracicaba
criou, em 1997, um curso de graduação que forma profissionais
especificamente -mas não apenas- para essa área. Primeiramente denominado economia
agroindustrial, a graduação hoje
chama-se ciências econômicas.
"O que diferencia o curso dos de
economia em geral é a capacidade
que ele oferece de aplicar os conhecimentos teóricos de economia nas áreas de agropecuária,
agroindústria, ambiente e desenvolvimento regional", diz o professor Carlos José Caetano Bacha,
um dos responsáveis pelo curso.
Bruno Milan, 22, está no quarto
ano da graduação e diz que seu
desejo de trabalhar com agronegócios é antigo. "Uma parte da
minha família é do campo e a outra do setor financeiro. Sempre
gostei das duas áreas e queria uni-las", diz ele, que planeja abrir uma
empresa de agronegócios que se
beneficia de créditos tributários.
Colega de Milan, Priscila Richetti, 25, afirma que buscou o
curso por oferecer uma especialização que acredita ser necessária
no mercado hoje. "Sendo a área
que praticamente sustenta o PIB
brasileiro, acredito no seu crescimento e nas oportunidades que
está gerando", diz.
(MS)
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