São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002
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ATUALIDADES

China avança em direção ao capitalismo

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Encerrado em 15 de novembro, o 16º Congresso do Partido Comunista da China (PCC) oficializou a nomeação de Hu Jintao para a Presidência do país. O secretário-geral do PCC e atual presidente chinês, Jiang Zemin, criticou o anacronismo ideológico do partido e reafirmou sua teoria das "Três Representações".
Segundo a nova diretriz, é preciso representar não apenas os operários e camponeses mas as "forças produtivas avançadas", ou seja, os empresários, investidores e administradores privados que estão ajudando a construir o socialismo chinês, como disse Zemin.
Marcado por sucessivas revoluções, o país experimentou mudanças significativas antes e depois da morte do Grande Timoneiro da Revolução Chinesa, Mao Tse-tung, ocorrida em 1976. No início dos anos 70, o país rompeu com a ex-URSS e estreitou relações com o Ocidente. Ingressou no Conselho de Segurança da ONU (1971) e recebeu a visita do presidente dos EUA Richard Nixon em 1972.
Sob o comando de Deng Xiaoping a partir dos anos 80, abriu-se aos investimentos estrangeiros com a criação das Zonas Econômicas Especiais (ZEE) e incentivou a propriedade privada no campo. Esse modelo, denominado "economia socialista de mercado", proporcionou ao país um vigoroso crescimento econômico.
Zemin, o atual presidente, assumiu em 1997, após a morte de Deng. Deu continuidade às reformas, implementando um gigantesco programa de privatização de empresas estatais, encontrou-se com Bill Clinton em visita aos EUA e oficializou o ingresso da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2002.
Apesar das conquistas econômicas, é preciso lembrar que a China, diferentemente da ex-URSS, promoveu reformas sem alterar a sua estrutura política.


Roberto Candelori é coordenador da Cia. de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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