São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002
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CARREIRA/MEDICINA

SALÁRIOS SÃO MELHORES, MAS PROFISSIONAL FICARÁ DISTANTE DOS CENTROS DE ENSINO

Interior do país é alternativa a mercado concorrido

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o mercado cada vez mais saturado nos grandes centros urbanos, o médico encontrará no interior do país boas oportunidades de emprego. A maior carência desse profissional está nas regiões Norte e Nordeste.
Segundo Roberto Luiz d'Ávila, corregedor do Conselho Federal de Medicina, os profissionais de saúde estão concentrados nas capitais e nas cidades litorâneas. Atualmente estão na ativa cerca de 260 mil médicos e, devido ao aumento do número de faculdades de medicina, cerca de 10 mil alunos se formam todos os anos. "Há duas opções para os profissionais: dedicar-se a uma especialização nas grandes cidades ou clinicar no interior", disse.
O salário médio do profissional que atua no meio rural é mais atrativo que o daquele que trabalha na capital. Segundo uma pesquisa do órgão, nos centros urbanos, os pagamentos variam de R$ 2.500 a R$ 3.000. No interior, essa média chega a dobrar.
Mas, no interior, costuma haver menos infra-estrutura para o desenvolvimento das atividades profissionais e, além disso, o recém-formado se distancia das instituições de pesquisa e de ensino -o que poderá dificultar os seus projetos de mestrado ou de doutorado. Para não ficar desatualizado em relação aos avanços em sua área, o médico deve freqüentar cursos e congressos.
O profissional que trabalha longe dos grandes centros comumente vai atuar na área de clínica geral, encaminhando, se necessário, o paciente para tratamento especializado em outras cidades.

Programa
O Programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde, é uma das opções para o profissional que quer atuar no interior. O atendimento é prestado por uma equipe de profissionais em uma unidade básica de saúde ou no domicílio de uma família. Cada equipe possui no mínimo um médico. Trata-se de ação de prevenção, de promoção e de recuperação da saúde das pessoas.
O programa funciona atualmente em 4.114 municípios. Cada equipe atende de 600 a 1.000 famílias -3.475 pessoas em média. Hoje são aproximadamente 16 mil as equipes que atuam no país, oferecendo atendimento a cerca de 53 milhões de indivíduos. A meta do ministério é ampliar para 20 mil o número de equipes até o fim do ano.


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