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NO EXTERIOR
Graduação fora une cultura e idioma
Instituições como British Council e Alumni dão orientação gratuita para os interessados
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ingresso na faculdade é um
passo importante na vida de
qualquer um, o que implica rotina pesada de estudo e mais
responsabilidades. Imagine então se, somado a tudo isso, as
aulas forem dadas em russo e a
sua família estiver a milhares
de quilômetros de distância.
É o caso de Diego Gonçalves
Gonçalez, 22 anos e os últimos
dois e meio passados na Rússia,
fazendo faculdade de medicina.
Ele está no segundo semestre
do segundo ano do curso da
Academia Médica de Moscou.
Nos primeiros nove meses, ele
fez a Faculdade Preparatória,
onde aprendeu o idioma e cultura locais e jargões da profissão. "Eu desconhecia completamente a língua", diz ele, que
deixou pais e irmãos em Mogi
das Cruzes (Grande SP).
E o esforço tem valido a pena,
segundo ele. "Estudar no exterior é uma grande oportunidade e privilégio por acrescentar a
cada dia grandes experiências",
afirmou por e-mail à Folha.
O engenheiro Vagner Narcizo Gonçalez, 50, dá todo o
apoio ao filho. "É uma vivência
rica para o amadurecimento."
Um fator que teve grande peso na decisão da família foi o
custo, às avessas. Para estudar
medicina na instituição, o valor
é de US$ 3.300 por ano, ou menos de R$ 6.000. No Brasil, um
curso na área gira em torno de
R$ 3.000 por mês. "O custo é
simbólico", explica Carolina
Tellez, diretora da Aliança Russa de Ensino Superior. A seleção é feita aqui no Brasil. O prazo para a próxima turma se inscrever vai até amanhã.
Já na Rússia, o estudante
precisa obter o diploma de proficiência no idioma após a Faculdade Preparatória para ser
admitido na universidade.
Destino mais comum, estudar na Inglaterra exige proficiência no inglês antes mesmo
de sair do Brasil. Para isso, é
preciso obter o Ielts, certificação internacional. Os interessados podem buscar orientação gratuita no British Council
sobre que faculdade escolher e
inscrição. "Nosso objetivo é estimular e apoiar a cooperação
entre o Reino Unido e o Brasil",
diz Ana Signorini, analista de
promoção educacional do British Council no Rio.
Para os Estados Unidos, ter
inglês avançado, avaliado pelo
Toefl (www.toefl.org), é um
pré-requisito. "Boas notas no
ensino médio e um bom resultado no SAT, espécie de "vestibular" com matemática, inglês
e redação (www.college
board.org), ajudam", explica
Thaïs Burmeister C. Pires,
orientadora educacional da Associação Alumni.
Para quem estiver pensando
em cursar uma faculdade fora,
esta é a hora de organizar as
coisas, já que as inscrições geralmente terminam em março
ou abril para as aulas no segundo semestre.
Para ter validade nacional, o
diploma obtido no exterior deve ser revalidado por uma universidade brasileira pública
que tenha curso igual ou similar. O curso pode ser encontrado no site www.educacaosu
pe rior.inep.gov.br. Segundo
o MEC, a taxa, definida pela
própria instituição, pode ser
gratuita ou de até R$ 5.000.
Para quem não quer ficar
anos fora do Brasil, mas deseja
ter uma experiência internacional, vale a pena estudar numa faculdade conveniada com
outras instituições.
Como fez Marina Lima, 23.
Formada em direito pela USP,
ela passou dois semestres estudando em uma universidade na
Inglaterra, em 2005. Marina ficou sabendo que havia um programa de bolsa em sua faculdade e se inscreveu. Aluna "nota
8,3", passou na entrevista e
conseguiu uma vaga para um
curso gratuito -em troca, a
USP recebia alunos ingleses.
"Aprendi a lidar com situações
difíceis que aqui, com meus
pais e amigos, não viveria." Em
2007, foi a vez do seu irmão,
Pedro (leia texto ao lado).
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