|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BIOLOGIA
Ciência procura chave da longevidade
JOSÉ VAGNER GOMES
ESPECIAL PARA A FOLHA
A engenharia genética evoluiu muito nas últimas décadas. No entanto ainda não decifrou os segredos para ultrapassar as fronteiras genéticas da longevidade.
Por que as células envelhecem e morrem? A resposta está nos genes que controlam o número máximo de divisões que uma célula consegue realizar. Ao atingirem
esse limite, tais células exibem um estado de degeneração e morrem.
Essa perda progressiva da capacidade de replicação é denominada
"senescência replicativa".
Uma das principais candidatas
a ultrapassar esse limite é a enzima telomerase. A explicação está
na replicação das extremidades
dos cromossomos, os telômeros.
Eles são compostos por grupos de
seis nucleotídeos (TTAGGG) que
se repetem e são conservados ao
longo da evolução.
A enzima DNA polimerase é incapaz de atuar na replicação das
extremidades de uma das cadeias
de DNA, provocando uma redução do comprimento do telômero, diretamente relacionado ao
aumento da idade -anualmente
há uma perda de 31 pares de bases. O encurtamento a cada divisão celular atuaria como um sinal
do número de divisões e, indiretamente, da duração da vida.
A telomerase sintetiza DNA telomérico e consegue recompor as
extremidades perdidas, o que é fundamental para impedir o envelhecimento das células que precisam dividir-se continuamente: embrionárias, germinativas, da medula óssea e, infelizmente, as cancerosas. Essa enzima foi identificada na maioria dos tumores humanos. Isso sugere que células potencialmente cancerosas sejam imortalizadas, o que aumenta a probabilidade de a doença ocorrer. A telomerase não foi encontrada em células adultas normais
Descobrir substâncias que ativem os genes controladores da produção de telomerase ou injetar telomerase são futuras opções para controlar a juventude, ao passo que inibidores de telomerase podem ser utilizados no combate ao câncer.
José Vagner Gomes é professor de biologia do Curso e Colégio Objetivo, do
Universitário e do Anglo e ministra cursos de bioatualidades
Texto Anterior: História: "Liberdade, ainda que tarde..." Próximo Texto: Atualidades: Zimbábue confisca terras de fazendeiros brancos Índice
|