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VALE A PENA SABER
MATEMÁTICA
A felicidade numa fórmula matemática
JOSÉ LUIZ PASTORE MELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Recentemente, foi divulgada na
imprensa uma fórmula matemática desenvolvida por uma psicóloga inglesa para avaliar a felicidade das pessoas. Segundo o estudo, para avaliar o nível de felicidade de uma pessoa, basta que o entrevistado responda a quatro perguntas sobre aspectos relacionados ao estilo de vida (perguntas
um e dois), à saúde, à amizade e à
estabilidade financeira (pergunta
três) e à auto-estima (pergunta
quatro). O entrevistado deve atribuir notas de um a dez para cada
uma das perguntas. Em seguida, o
postulante ao jardim do Éden da
felicidade deve fazer um cálculo
por meio da fórmula P+5E+3A,
onde P é a soma das notas da primeira e da segunda questões, E é a
nota da terceira questão, e A, a nota da quarta. Quanto mais próximo de cem o resultado, maior o
grau de felicidade.
Como as perguntas um e dois
dizem respeito ao estilo de vida de
cada indivíduo, que tal subvertermos a pesquisa atribuindo nota
máxima a todos nessas duas perguntas? Consequentemente a nova fórmula da felicidade será
20+5E+3A, cujo gráfico em três
dimensões está representado acima. O quadriculado preto indica
baixos níveis de E e A, com um valor mínimo de felicidade igual a
28. O quadriculado verde indica
valores altos de E, baixos de A e
um nível máximo de felicidade
igual a 73. Em vermelho, indicamos baixos níveis de E, altos de A
e felicidade máxima igual a 55. O
mais feliz dos indivíduos está representado pela quadrícula branca, com altos índices de E e A e felicidade se aproximando de cem.
Afinal de contas, para que serve
essa esplendorosa fórmula e esse
belíssimo gráfico? Para juntos
darmos boas risadas daqueles
que ousam pensar que a felicidade pode caber numa fórmula
matemática...
Felicidade a todos e um ótimo
2003, com menos fórmulas e mais
riso.
José Luiz Pastore Mello é professor da
Faculdade de Educação da Universidade
de São Paulo.
E-mail: jlpmello@uol.com.br
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